Boa Vista - Está sendo velado, desde a tarde desse domingo, o corpo do soldado da Força Nacional, Hélio Andrade, de 35 anos, que morreu após ser atingido por um tiro na Comunidade da Vila do João, no Complexo da Maré, no Rio, na última quarta-feira, após o carro em que ele e mais outros três soldados entrarem por engano na comunidade. Outras duas pessoas também foram baleadas.

Hélio Andrade teve morte cerebral declarada na noite da última quinta-feira e o óbito oficial foi confirmado na manhã de sábado. O corpo do agente chegou ao Aeroporto Internacional de Boa Vista, às 17h53 — às 18h53 de Brasília — em uma avião fretado pela Polícia Federal. No aeroporto, colegas de farda, amigos e familiares aplaudiram quando o avião pousou.

Após a aeronave pousar, houve uma pequena cerimônia, restrita apenas a familiares e amigos mais próximos, para a entrega do corpo. Em seguida, o corpo de Andrade foi levado em um cortejo para uma funerária. No começo da noite, o corpo foi levado para à Câmara Municipal de Boa Vista, onde será velado até por volta das 16h. O enterro com honras militares deve ocorrer somente às 17h, segundo a assessoria de imprensa do governo de Roraima.

À imprensa local, o comandante da Polícia Militar, coronel Dagoberto Gonçalves, disse que notícia da morte do soldado foi recebida com tristeza pelos policiais e pela corporação. "O que aconteceu com ele foi um atentado", classificou. Segundo ele, a morte do agente da Força Nacional foi um crime a democracia. "Ele morreu por uma causa nobre. Foi um guerreiro que morreu em combate, que tombou cumprindo sua missão, fazendo aquilo que gostava", afirmou Gonçalves.
O ataque aos soldados
O ataque à Força Nacional aconteceu na tarde da última quarta-feira, depois que quatro agentes do órgão entraram por engano na Vila do João Eles queriam acessar a Linha Vermelha. Após ser baleado na cabeça e socorrido em estado grave no Hospital Salgado Filho, Hélio foi operado durante 4 horas e meia. Ele, porém, não resistiu aos ferimentos.
Além de Hélio, outro agente da Força Nacional ficou ferido no ataque. O capitão Alen Marcos Rodrigues Ferreira, do Acre, teve ferimentos leves. O soldado Rafael Pereira, do Piauí, que também estava no veículo, escapou ileso. Segundo o Ministério da Justiça, o soldado Hélio morava no Rio desde 2015 e estava atuando na Força Nacional durante as Olimpíadas. Ele ingressou na Polícia Militar de Roraima em 2003 e integrava a Força Nacional desde 2014.
Por conta das Olimpíadas, cerca de 6 mil agentes da Força Nacional, de vários estados, estão no Rio para reforçar a segurança durante os jogos.