Brasília - O presidente Michel Temer (PMDB), o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) serão investigados em conjunto, no mesmo inquérito no Supremo Tribunal Federal. O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, mandou a Procuradoria-Geral da República investigá-los com base nas delações dos irmãos Joesley e Wesley Batista, proprietários do grupo JBS. O inquérito, de número 4 483, tramitará sem segredo de Justiça.
A íntegra do pedido da PGR para abrir investigação contra o presidente ainda não está disponível, tampouco a decisão do ministro com a autorização. O que consta no sistema, neste momento, é a certidão de distribuição para o ministro Edson Fachin.
O documento mostra que o processo foi direcionado especificamente a ele por haver eventual conexão com o inquérito que investiga uma suposta organização criminosa entre membros do PMDB no Senado Federal, base do inquérito 4.326.
Delação
Em um dia cercado de expectativas em torno dos desdobramentos da crise política que abala o governo, o conteúdo da delação da JBS deve ser tornado público a qualquer momento, segundo apurou por volta das 12h desta sexta-feira, o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.
O sigilo da delação já foi levantado pelo ministro do Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, mas ainda não foram tornados públicos os depoimentos dos irmãos Batista.
Os pedidos de investigação feitos pela PGR e as decisões de Fachin serão divulgados. Ainda não se sabe se serão divulgados todos os termos de colaboração e todos os documentos apresentados pelos delatores ou se alguma parte não será fornecida.
O STF divulgou nesta quinta-feira (18) o áudio da conversa entre Temer e o empresário Joesley Batista que embasa o acordo de delação premiada fechado pelo executivo com a Procuradoria-Geral da República (PGR) na Lava Jato. Uma cópia do áudio foi encaminhada ao Palácio do Planalto na tarde da quinta-feira e depois fornecida à imprensa.