Brasília - O presidente da República, Michel Temer, consultou, pessoalmente, os presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, e o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga, sobre a reação do empresariado ao escândalo JBS.
Ouviu o que o leitor já sabe: o momento é de “apreensão” e “incerteza” para a indústria, comércio e população.
Conselhinho
Apesar de citar “a montanha pariu um rato”, sobre o teor de sua conversa com Joesley, Temer avalia com Moreira Franco e Eliseu Padilha saídas honrosas se a situação piorar.
Data venia
A ordem no Palácio, hoje e na próxima semana, é garantir o cargo e o Poder custe o que custar. E deixar nas mãos do STF o futuro de Temer e do Governo.
Blindagem
Notório jurista e conhecedor a fundo dos meandros de processos, Temer já esboçou de cabeça sua defesa e tem argumentos para se manter no cargo, apesar do desgaste.
Já dançou
O agora senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) tentou insistentemente falar com os ministros que participavam da reunião de emergência no Palácio do Planalto, na quarta-feira, após a bomba do vazamento da delação do dono da JBS. Foi ignorado até pelo colega de partido, Antônio Imbassay, ministro-chefe da Secretaria de Governo.
Devagar, camaradas
O PT estuda uma forte ação jurídica para tentar cancelar a votação do impeachment da presidente Dilma na Câmara, com a revelação de que Joesley pagou votos. Só que... ele revelou que pagou votos pró-Dilma.
Viva a...
Um dia depois de o escândalo JBS vir à tona, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) foi o único parlamentar da base a subir à tribuna para defender Temer. Dizia ter “um pé atrás com a delação (JBS)”.
...democracia
Mas Marun foi interrompido com grito de “golpista” pelo deputado Assis Carvalho (PT-PI). “O senhor me respeite”, gritou Marun com dedo em riste direcionado ao petista.
Batendo asas
O PSDB quase pulou da base numa tensa reunião no Palácio. “Na conversa com Temer, deixamos claro que achávamos que o momento era muito grave”, diz o senador Tasso.
Desatualizado
Apesar de exonerado, o secretário do senador Zezé Perrella (PMDB-MG) Mendherson Souza Lima, que teria transportado o dinheiro pedido por Aécio, continua no quadro de servidores do sistema de “Transparência” do Senado com o salário de R$ 16.429,19.
Rombo
Veja o tamanho da bolada que o Tesouro poderia ter caso o Governo federal não concedesse tantas isenções fiscais a vários setores, em “prol da economia”: Só em 2015 a renúncia fez a União deixar de arrecadar R$ 60 bilhões.
R$ 400 bi!
Petrus Elesbão, presidente do Sindilegis, solta o verbo contra a reforma da Previdência com um argumento interessante: por que a União não cobra grandes devedores, para sanar o rombo, em vez de sacrificar o trabalhador? “Só à Previdência já devem mais de R$ 400 bilhões, quase três vezes o valor do suposto déficit do setor”.
Na carne
“Um Governo, antes de propor reforma, deve sanear as contas públicas e isso passa pela cobrança dos devedores. Não há que se falar em cortes de direitos trabalhistas e previdenciários, sem que antes o Governo corte na própria carne”, complementa Petrus.
Memória
O então presidente Lula da Silva, quando fez a sua reforma da Previdência em 2004, também não cobrou os grandes devedores. Virou uma bola de neve.
Viva a liberdade
Presa na Operação Patmos da PF, a irmã do senador afastado Aécio, Andrea Neves, atuou, durante os dois governos do irmão em Minas, como uma, digamos, influenciadora das cúpulas de redações, blindando o irmão. Jornalistas fizeram festa.
Coluna de Leandro Mazzini, com Walmor Parente (DF), Tadeu Pinto (DF), Beth Paiva (RJ) e Henrique Barbosa (PE)