Recife - Passado o período mais intenso das chuvas que atingiram a Zona da Mata Sul e parte do Agreste de Pernambuco, os municípios afetados deram início à recuperação das cidades e contabilizam prejuízos, que vão desde comunidades isoladas à destruição de casas, comércios e prédios públicos. O governo estadual atualizou o número de desabrigados e desalojados para 44,8 mil pessoas.
Em todo o estado, são 2.656 desabrigados, que perderam suas casas e foram alocados em prédios públicos, além de 42.145 desalojados, que precisaram sair de suas casas temporariamente e estão em residências de parentes e amigos. Além disso, há três mortes e dois desaparecidos em razão das chuvas. Ao todo, são 23 municípios atingidos, sendo 14 em estado de calamidade pública, além da cidade de Caruaru, que decretou estado de emergência e aguarda reconhecimento do governo estadual.
Entre as cidades mais afetadas está Ribeirão. O Rio Amaraji subiu 2 metros além do seu limite máximo, o que fez transbordar o afluente de mesmo nome da cidade, Ribeirão, que invadiu as ruas. De acordo com o secretário de Infraestrutura municipal, Flávio Henrique Lima, das 30 escolas existentes, 22 foram danificadas. As restantes estão sendo utilizadas para abrigar cerca de 4 mil pessoas que precisaram sair de suas casas. Além disso, sete postos de saúde estão prejudicados e 28 acessos à zona rural estão obstruídos, com comunidades parcial ou totalmente isoladas. Um deles é o distrito Vila Aripibu, cuja ponte de acesso foi danificada e só restou uma passagem para pedestres, que ainda assim está insegura. Em áreas de encostas houve deslizamentos de barreiras.
“Até o momento o estado disponibilizou bombeiros, enviou kits com colchões, alimentação, agasalho e cestas básicas. E rolos de lonas para colocar nas escolas. Mas estamos precisando também de recursos financeiros para fazer as obras de recuperação. E as casas precisam ser realocadas para um local mais seguro”, afirma o secretário. Sobre as ações de prevenção que foram empregadas desde a última grande cheia, em 2010, ele informou que foi realizada a dragagem do rio e serviços de contenção nas encostas, “mas esses serviços não foram suficientes para segurar” a nova enxurrada, segundo o gestor.