Brasília - Depois do sufoco no julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE, que poderia apeá-lo do cargo, o presidente Michel Temer respira aliviado, por ora.
A conta do Palácio é a de que ele tem 290 votos na Câmara Federal para derrubar a vindoura denúncia do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, amparada na delação de Joesley Batista. Para Temer virar réu no STF, são necessários 342 votos dos 513 deputados.
Camburão na pista
O PSDB faz tanto suspense sobre ficar ou não na base do Governo Temer como se dependesse do presidente a prisão ou liberdade de Aécio Neves nas mãos do STF.
Toga quente
Aécio pode preparar a mochilinha. Até ontem à noite o placar informal no pleno do STF era a grande maioria pela prisão do senador afastado na próxima terça.
O acordo
O acordo dos governadores tucanos com Michel Temer segurou o PSDB na base do governo. Passa pela nova renegociação das dívidas e mais benesses para os Estados.
Leniência
A Gontijo, cujo ônibus capotou ontem no sul de Minas deixando dois mortos e 17 feridos, acredite, está blindada contra fiscalização da Agência Nacional de Transportes Terrestres e Polícia Rodoviária Federal. A Justiça proíbe que fiscais e policiais revistem ou apreendam veículos da empresa. Processo 0017379-25.2006.4.01.3800.
Hein!?
“Determino, ainda, que as requeridas, ou seus servidores, abstenham-se da prática de qualquer ato tendencioso a impor sanções administrativas à autora, seja de que ordem for (advertências, multas, apreensões/retenções de veículos, impedimento de seguir viagem etc.)”, determinou o juiz, a favor da Gontijo, deixando ANTT e PRF inertes.
No acostamento
Procuradas, a Gontijo informou que foi uma fatalidade: motorista desviou de caminhão que invadiu a contramão e capotou. E que deu assistência às vítimas feridas. A ANTT informa que “em virtude de decisão judicial, inclusive com ameaças de prisão a agentes da ANTT, caso haja descumprimento, a fiscalização tem obedecido à ordem judicial”.
Cadê?
A Advocacia do Senado e o Conselho de Ética da Casa guardam numa gaveta há oito meses o pedido de cassação de Renan Calheiros feito por juízes de primeira instância.
Efeito boiada
O escândalo da JBS interferiu na rotina do Congresso. A reforma da Previdência foi para a gaveta, por ora. E o Senado analisou 38 matérias em maio – em abril foram 60.
Parou
O processo de cassação de Aécio Neves continua parado no Conselho de Ética. Mais de 25 dias depois de apresentada pelo Rede e PSOL, a representação ainda aguarda um despacho do presidente João Alberto (PMDB-MA).
Acorda, João!
O peemedebista sequer convocou reunião do conselho para esta semana e não prevê data de envio da denúncia para análise da Advocacia do Senado.
Blindagem
Aliados do presidente Temer na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara estão vigilantes para evitar a convocação do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para explicar sua atuação, entre 2012 e 2016, como CEO da J&F Holding, dona da JBS.
Faca no pescoço
O requerimento de convocação foi apresentado há mais de 20 dias pelo deputado Edmilson Rodrigues (PSOL-PA): “Temos que saber a natureza das atividades desempenhadas pelo ministro: se era consultivo ou tomando decisões estratégicas.”
Olha ele aí!
O advogado goiano do casamento de R$ 8 milhões, Djalma Rezende, pré-candidato ao Palácio das Esmeraldas, como a Coluna revelou, não brinca. Apareceu com 6.2% numa pesquisa para governador.
Antidrogas
Os advogados Paulo Fernando Melo e Patrícia Naves foram indicados pelo Conselho Federal para representarem a OAB no Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas. No Ministério da Justiça.
Coluna de Leandro Mazzini