Rússia - O presidente Michel Temer demonstrou confiança no início da noite desta terça-feira, em Moscou, que o governo poderá reverter a derrota na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado. Segundo ele, a vitória do governo no plenário é "certíssima".
Temer convocou uma entrevista coletiva de última hora, na qual só respondeu a perguntas sobre a decisão da comissão do Senado. Para o presidente, a derrota é "muito natural", porque os projetos passam por várias comissões, onde se "ganha em uma comissão, perde na outra". "O que importa é o plenário. Portanto, é uma etapa só. Vocês se recordam que no caso da Câmara dos Deputados houve um primeiro momento em que a urgência não chegou a ser votada para ser aprovada e depois foi ao plenário e ganhamos com muita facilidade", recordou. "O plenário vai decidir e lá o governo vai ganhar. É maioria simples."
Questionado sobre se tinha convicção dessa vitória, Temer reiterou que não haverá derrota na votação final. "Está certíssimo no plenário. Nós vamos ganhar, o governo vai ganhar no plenário", frisou.
De acordo com o presidente, a derrota "não é surpresa negativa". "Isso é assim mesmo. Tem várias fases, várias etapas, e nas etapas você ganha uma, perde outra", insistiu. "O que importa é o plenário. O Brasil vai ganhar no plenário."
Oposição comemora: 'reforma morreu'
O líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ), comemorou a derrota da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais (CAS). Para Lindbergh, o governo não tem força política para aprovar nenhum tema no Congresso. "Está claro que essa reforma não vai passar nem na Comissão de Constituição e Justiça, nem no plenário", disse. "Essa reforma morreu. Temer não tem condições de aprovar mais nada. É como se hoje a oposição e parte da base governista tivessem dito que Temer não pode continuar sendo presidente da República", disse o senador fluminense.
Lindbergh lembrou que a oposição previa 7 ou 8 votos contra a reforma quando o tema chegou à CAS há 15 dias. "Houve uma grande virada", disse, ao comentar que há "sentimento generalizado" de aumento da força da oposição no Congresso.