Goiás - Um incêndio que começou no último dia 17 e que já destruiu mais de 20% do Parque da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, pode ter sido criminoso.
Em entrevista nesta quarta-feira, o ministro interino do Meio Ambiente, Marcelo Cruz, afirmou que, após análises de técnicos e depoimentos de moradores, as polícias investigam a hipótese de que o incêndio é criminoso. Ele disse que relatos indicam que pessoas em motocicletas atearam fogo em locais onde os primeiros focos surgiram.
No momento, os maiores focos de fogo estão no Vale da Lua, uma área vizinha da unidade de conservação, entre o distrito de São Jorge e a sede do município de Alto Paraíso.
O ministro disse que a estiagem, a temperatura média acima de 37 graus e ventos de 40 quilômetros por hora ajudaram a propagar o fogo de forma "violenta". Com este incidente, o governo estima que, neste ano, incêndios destruíram cerca de 1,1 milhão de hectares da rede federal de unidades de conservação, praticamente a mesma área destruída em 2016. "A boa notícia é que as linhas de incêndio do Parque da Chapada dos Veadeiros já estão sendo controladas", afirmou. "A atuação de combate é 24 horas, as equipes trabalham até durante a noite, para debelar o incêndio."
O coordenador-geral de proteção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Luiz Felipe de Luca, disse que a equipe de combate ao incêndio conseguiu evitar a destruição da estrutura de visitação do parque. Ele disse que também não foram atingidas as áreas das principais trilhas do parque, a do Salto e a da Cachoeira das Carioquinhas.
Pelas estimativas iniciais, o parque perdeu até agora 48 mil hectares. Recentemente, o parque passou a ter uma área de 240 mil hectares - antes, a unidade possuía 56 mil hectares. O incêndio destruiu tanto a vegetação da área antiga quanto o cerrado que foi incorporado ao parque.
No momento, o grupo de combate ao incêndio conta com 203 agentes do ICMbio, do Ibama e das polícias Federal e Rodoviária Federal e militares de Goiás e do Distrito Federal, além de 100 voluntários da região. O grupo tem a assistência de cinco aviões tanque do ICMBio, um avião Hércules Força Aérea Brasileira (FAB) e quatro helicópteros do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia do Distrito Federal.