Equipes encontraram peças de roupas e pedaços de madeira que teriam sido utilizados para agredir as vítimas e foram enterrados junto aos corpos no mangue do Rio Ceará.  - Divulgação/ Polícia Civil
Equipes encontraram peças de roupas e pedaços de madeira que teriam sido utilizados para agredir as vítimas e foram enterrados junto aos corpos no mangue do Rio Ceará. Divulgação/ Polícia Civil
Por O Dia

Ceará - A Polícia do Ceará concluiu a identificação e liberou, na manhã desta quinta-feira, os corpos das três mulheres encontradas mortas, no último dia 9, no mangue do Rio Ceará, em Caucaia, região metropolitana de Fortaleza. Elas foram filmadas pelos criminosos sendo torturadas e decapitadas. Um adulto e uma adolescente de 17 anos foram capturados pela Polícia Civil do Ceará, na manhã de quarta-feira, suspeitos de também terem participado da barbárie. Até o momento, há oito suspeitos.

As vítimas identificadas como Darcyelle Ancelmo de Alencar, de 31 anos, Ingrid Teixeira Ferreira, 22, e Nara Aline Mota de Lima, 23, foram identificadas após exame de DNA. A perícia forense comparou amostras biológicas das vítimas com parentes de primeiro grau. "Trabalhamos de forma célere para conseguir identificar essas vítimas. Desde o final de semana, estávamos realizando as análises buscando a rápida identificação e, consequentemente, a liberação dos corpos para os familiares", afirmou Manuela Cândido, coordenadora do laboratório da Polícia Forence.

Dando seguimento às investigações que apuram as mortes das três mulheres no mangue, a Polícia Civil chegou ao nome de Jeilson Lopes Pires, de 21, e de uma adolescente de 17 anos, apontados como participantes das torturas e execuções das vítimas. Ambos são moradores da comunidade dos Gafanhotos, na Vila Velha, e seriam integrantes do mesmo grupo criminoso dos outros capturados.

Em depoimento, Jeilson confessou fazer parte do grupo, inclusive, aos 16 anos, tatuou um gafanhoto no abdômen, fazendo referência ao símbolo do grupo criminoso local. Por esta razão, ele foi pego em flagrante na Lei das Organizações Criminosas e, no decorrer das investigações, também será indiciado pelos homicídios das mulheres, bem como pela ocultação dos cadáveres, corrupção de menor e por outros crimes que venham a ser revelados nas apurações. Ele já respondia a um procedimento por crime contra a administração pública. Com o suspeito, os policiais civis recolheram aparelhos celulares, que foram encaminhados à perícia. Conforme levantamentos policiais, Jeilson exerceria influência sobre integrantes do grupo local que atua no Vila Velha e estaria presente no dia do crime.

Já a adolescente, que já tinha passagem por fato análogo ao crime contra a administração pública, negou fazer parte de qualquer grupo. Mas, por evidências encontradas durante as investigações policiais, foi instaurado um ato infracional análogo ao crime de homicídio na Delegacia da Criança e do Adolescente. A participação da menor é apurada pelas equipes policiais.

Prisões

Bruno Araújo de Oliveira, conhecido por “Bilouco” e com passagens por roubo e homicídio, de 23 anos; e Júlio César Clemente da Silva, o “Bifão”, de 28 anos e sem antecedentes, se encontram presos e indiciados pelas mortes das três vítimas. Para a polícia, eles participaram ativamente das execuções, tendo Bruno indicado a localização exata de onde os corpos estavam enterrados. As prisões da dupla foram realizadas na última sexta-feira, mesmo dia em que os restos mortais das vítimas foram encontrados e recolhidos para a perícia.

Primeiras capturas

No dia 6, outros quatro suspeitos foram capturados por equipes do 7º DP. São eles: Diego Alves Fernandes , de 21 anos – com antecedentes criminais por receptação, associação criminosa e corrupção de menor; Luiz Alexandre Alves Silva, de 25 anos – com passagens por roubo com restrição de liberdade; e Antônio Honorato dos Santos, de 42 anos – sem antecedentes. As diligências resultaram ainda na apreensão de um adolescente de 17 anos – com passagem pela polícia por posse ilegal de arma de fogo – que foi encaminhado à sede da Delegacia da Criança e do Adolescente. Em depoimento, apenas Diego confessou que presenciou as execuções, bem como as ocultações dos corpos. A participação do quarteto é investigada.

Buscas

As buscas pelos corpos das vítimas iniciaram no dia 5 de março, no entorno do mangue do Rio Ceará, em um trabalho contínuo de equipes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil. No local, as equipes encontraram peças de roupas e pedaços de madeira que, de acordo com as investigações, foram utilizadas para agredir as vítimas e depois foram enterrados junto aos corpos. Parte de um facão também foi localizado na área onde as vítimas foram colocadas. O material se encontra na perícia para análise.

 

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