Lula disse que enquanto estiver na cadeia, em Curitiba, quem fala por ele sobre assuntos do partido é a senadora Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional da legenda - Ricardo Stuckert/PT
Lula disse que enquanto estiver na cadeia, em Curitiba, quem fala por ele sobre assuntos do partido é a senadora Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional da legendaRicardo Stuckert/PT
Por ESTADÃO CONTEÚDO

Paraná - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cancelou sua passagem por Guarapuava na manhã desta quarta-feira, após o ataque a dois ônibus de sua caravana nesta terça-feira, na estrada entre Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul, informou o diretório municipal do PT de Guarapuava. O presidente do partido na cidade, Antenor Gomes de Lima, divulgou um comunicado nas redes sociais afirmando que o cancelamento foi decidido por medo de novos ataques à caravana e para preservar a segurança de Lula.

O petista, contudo, manteve a agenda prevista para Curitiba, às 17h, onde encerra sua caravana pela região. Pré-candidatos à Presidência de partidos de esquerda decidiram participar do ato com Lula. 

Em um vídeo no Facebook, Gomes afirma que eleitores do deputado Jair Bolsonaro (PSL), pré-candidato à Presidência da República e que também está no Paraná hoje, vem promovendo ódio durante a passagem de Lula pelo Sul do País.

Em Guarapuava, havia registro da presença tanto de apoiadores quanto de manifestantes críticos ao ex-presidente. "Lamento informar que devido à emboscada que a caravana do presidente Lula sofreu foi necessário cancelar a passagem por Guarapuava. Lamentamos mais ainda o clima de terrorismo que se instaurou na cidade motivado pelo ódio. Guarapuava, que sempre foi conhecida como cidade acolhedora, ontem e hoje se tornou hostil aos que gostariam de visitá-la", escreveu Gomes.

Pré-candidatos da esquerda vão ao ato de Lula

A pré-candidata do PCdoB, Manuela D'Ávila, e o do PSOL, Guilherme Boulos, vão se juntar a Lula em protesto às manifestações de violência que marcaram a passagem do ex-presidente pelo Sul do País.  "Estaremos hoje em Curitiba repudiando a escalada fascista e defendendo a democracia e o Estado Democrático de Direito", disse Manuela em nota.

O pré-candidato do PSOL afirmou que vai procurar outros partidos, além do PT e do PCdoB, como o PDT e PSB, para que tracem uma estratégia para conter a escalada de violência que a esquerda vem sofrendo no Brasil. "É hora de a esquerda mostrar unidade. Não dá para brincar com o fascismo", disse Boulos.

Boulos, no entanto, afirma que não está defendendo uma candidatura única do bloco, mas uma coordenação para mostrar que há uma reação conjunta entre as forças de esquerda.

O ato desta quarta-feira em Curitiba é o último da caravana de Lula pelo Sul do País. Os ânimos se acirraram após o Supremo Tribunal Federal adiar a decisão sobre o pedido do ex-presidente para não ir para a prisão. A análise do habeas corpus começou na semana passada, mas a conclusão só deve ocorrer no próximo dia 4. Com a rejeição do recurso do petista pelo Tribunal Regional da 4ª Região na última segunda-feira, a sentença de 12 anos e 1 mês de prisão já poderia começar a ser cumprida.

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