Agressor, que veio para a escola no início do ano, não gostava de apelidos relativos ao peso ou ao fato de morar na área rural. Os colegas o chamavam de "Zé Patrola" e "gordo"

 - Reprodução
Agressor, que veio para a escola no início do ano, não gostava de apelidos relativos ao peso ou ao fato de morar na área rural. Os colegas o chamavam de "Zé Patrola" e "gordo" Reprodução
Por ESTADÃO CONTEÚDO

São Paulo - A Polícia Civil do Paraná identificou os alunos que seriam alvos do adolescente que atirou contra os colegas no Colégio Estadual João Manoel Mondrone, em Medianeira, no interior do Paraná. O ataque, na última sexta-feira, 28, deixou dois feridos. Segundo testemunhas, a motivação para o crime foi bullying.

O agressor, que veio para a escola no início do ano, não gostava de apelidos relativos ao peso ou ao fato de morar na área rural. Os colegas o chamavam de "Zé Patrola" e "gordo".

"Já foram identificados pelo menos três autores do bullying, e eles serão responsabilizados dentro daquilo que praticaram. Como não existe crime de bullying, eles responderão por condutas dentro de um conceito no qual se identifica essa prática. Daí podem ser crimes contra a integridade física, liberdade sexual, por ameaça, injúria, agressão ou contra a dignidade sexual, que não foi o caso, mas pode acontecer", disse o delegado Denis Merino.

"Não adianta pegar de um lado e não pegar o que foi o motivo", explica o delegado, que também autuou o pai do atirador, um adolescente de 15 anos, por posse de arma e omissão de cautela de guarda.

Jovem baleado segue internado

Ferido nas costas por um dos disparos, um dos alunos, que não era alvo do atirador, segue internado em Curitiba. "Ele segue na UTI, mas em observação para ver se não ocorre a formação de uma fístula. A cirurgia está totalmente descartada. Ele vai seguir com o projétil alojado para sempre em seu corpo. Não há perigo de ele sair dali, deslocar-se. Então a melhor forma foi manter esse quadro é observar também se não há nenhum tipo de vazamento de líquido da espinha. Ele tem indicativo de alta, está aguardando vaga no hospital de reabilitação", explica o pai do jovem.

O ferimento causou a perda de parte da mobilidade da perna esquerda e enfraqueceu os movimentos da perna direita do adolescente. "O tempo de recuperação total não pode ser definido. Não há como precisar quanto tempo de tratamento para reabilitação", disse o pai, que é marceneiro e precisou embarcar em um voo às pressas para Curitiba no último sábado, pois a mulher dele, que havia viajado no dia anterior como acompanhante do filho, apresentou problemas de saúde e também precisou ser internada.

Você pode gostar