'Cadê o Queiroz?' é um dos assuntos mais comentados no Twitter
Internautas e parlamentares da oposição exigem explicação sobre movimentações atípicas feitas pelo ex-assessor de Flávio Bolsonaro
Rio - A hashtag "#CadêOQueiroz" alcançou os trending topics (assuntos mais comentados) do Twitter no Brasil, nesta sexta-feira.
O "tuitaço" promovido por internautas e parlamentares da oposição, como Marcelo Freixo e Zeca Dirceu, ganhou força após a publicação de uma matéria na revista "Época", revelando um suposto caso de extorsão cometido pelo ex-assessor de Flávio Bolsonaro em 1999, quando Fabrício Queiroz ainda era sargento da Polícia Militar. Segundo a reportagem, o caso foi abafado pela PM e o inquérito nunca chegou a ser concluído.
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Fabrício Queiroz foi responsável pela contratação da mãe e da esposa de Adriano Magalhães da Nóbrega – miliciano líder do grupo de extermínio conhecido como Escritório do Crime – para o gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj, segundo o próprio parlamentar.
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Flávio e Queiroz jamais esclareceram os vínculos profissionais com milicianos, tampouco as movimentações financeiras irregulares apontadas pelo mesmo relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) que foi usado em uma investigação que prendeu dez parlamentares, na Operação Furna da Onça, pela Lava Jato do Rio.
Fabrício Queiroz movimentou mais de 1,2 milhão de reais entre 2016 e 2017, e chegou a fazer depósitos na conta pessoal de Michelle Bolsonaro. Flávio Bolsonaro recebeu 48 depósitos, também considerados suspeitos pelo Coaf, todos feitos com dinheiro em espécie, no mesmo valor, R$ 2 mil, apenas entre junho e julho de 2017.
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O ex-policial militar faltou a sucessivos depoimentos no Ministério Público do Rio, alegando problemas de saúde, e Flávio Bolsonaro já tentou, sem sucesso, pedir ao próprio Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender as investigações.
Na única vez em que falou publicamente sobre o caso, no dia 26 de dezembro, ao SBT, Queiroz atribuiu as movimentações financeiras a "rolos" por vendas de carros, mas não apresentou provas e o MP encontrou apenas dois carros antigos em seu nome.
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No dia 1 de março, após faltar a todos os depoimentos presenciais, o ex-assessor de Flávio Bolsonaro enviou um depoimento por escrito ao MP-RJ, em que alegou que os valores recebidos via depósito eram usados para ampliar a rede de "colaboradores" de Flávio, e que o próprio parlamentar nunca teve conhecimento disso. Seu paradeiro segue desconhecido desde janeiro.