Segundo o Exército, há mais de 373 mil armas registradas no país - Arte: Kiko
Segundo o Exército, há mais de 373 mil armas registradas no paísArte: Kiko
Por O Dia
Brasília - O presidente Jair Bolsonaro assinou, em cerimônia na tarde desta terça-feira no Palácio do Planalto, um decreto para alterar regras sobre o uso de armas e munição. As alterações valem para pessoas com Certificado de Registro para Colecionador, Atirador e Caçador (CAC). Entre as medidas, a norma passa a permitir que atiradores com o registro circulem com arma e munição de casa ao local de tiro. "Nós fomos no limite da lei. Não inventamos nada e nem passamos por cima da lei", disse Bolsonaro.
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O decreto atinge em cheio a uma população interessada em circular armada. Reportagem publicada pelo O DIA no domingo apontou alta de 175% na procura pelo certificado no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período de 2017, ano em que o Exército editou norma permitindo o porte para atiradores desportivos no governo Temer.
De janeiro a março, foram emitidos 11.960 novos registros no país. Paulo Storani, antropólogo e capitão veterano do Bope, acredita que a procura pelo certificado de atirador deve crescer ainda mais com o decreto. "Agora, as pessoas têm a possibilidade de optar pelo tiro desportivo e circular livremente", analisa.
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MAIS ARMAS NAS RUAS
Segundo o Exército, hoje há 373.568 armas em território nacional. E é justamente essa a preocupação do advogado Bruno Langeani, gerente do Instituto Sou da Paz. Ele acredita que a medida pode agravar os problemas relacionados à violência urbana. "Isso terá um impacto forte na segurança pública, porque aumenta a quantidade de pessoas armadas na rua e a incidência de crimes banais por brigas de trânsito, por exemplo".
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Vinicius Cavalcante, diretor da Associação Brasileira de Profissionais de Segurança, discorda. "Não vai aumentar a violência. Vai aumentar a capacidade do cidadão de reagir. Porque hoje apenas os criminosos têm condição de dar as cartas", rebate.