Vendas da AstraZeneca também aumentaram fortemente, em 9%, para US$ 26,6 bilhões em um ano - AFP
Vendas da AstraZeneca também aumentaram fortemente, em 9%, para US$ 26,6 bilhões em um anoAFP
Por Marina Cardoso
Brasília - O Ministério da Saúde solicitou, na tarde desta sexta-feira, ao Instituto Butantan a entrega "imediata" de 6 milhões de doses importadas da vacina contra a covid-19. O pedido vem depois do atraso do voo que vai à Índia para buscar 2 milhões de doses de imunizantes da AstraZeneca/Oxford contra o coronavírus.
Em nota, o Instituto Butantan esclarece que recebeu o ofício do Ministério da Saúde e já enviou resposta perguntando à pasta federal qual quantitativo será destinado ao Estado de São Paulo. Para todas as vacinas destinadas pelo instituto ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), é praxe que uma parte das doses permaneça em São Paulo, estado mais populoso do Brasil.
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"Isso acontece, por exemplo, com a vacina contra o vírus influenza, causador da gripe. Portanto, o instituto aguarda manifestação do Ministério também em relação às doses da vacina contra o novo coronavírus", afirmou o instituto. 
No total, o Butantan dispõe de 10,8 milhões de doses da vacina prontas em solo brasileiro. Para o final de março, a carga total de imunizantes disponibilizados pelo instituto está estimada em 46 milhões de doses.
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Em entrevista à TV Bandeirantes, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que vai atrasar "em dois, até três dias" a saída do voo para buscar as vacinas, pois citou "pressões políticas" na Índia e que, desta forma, retardaram a partida do avião brasileiro.
Embora autoridades da Índia tenham dito na noite desta quinta-feira que era muito cedo o envio de imunizantes para fora do país, o avião que embarcaria para o país estava previsto para esta noite, após um adiamento. Isso porque o Ministério da Saúde tinha planejado a viagem, inicialmente, na tarde de quinta. Eles haviam alegado questões logísticas internacionais.
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O avião segue no Aeroporto de Guararapes, em Recife (PE), com destino para Mumbai, na Índia. Ainda na noite de quinta-feira, o voo saiu do Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP) para a capital pernambucana. 
De acordo com a Azul, empresa que irá realizar a operação, a aeronave será equipada com contêineres específicos para garantir o controle de temperatura da carga de acordo com as recomendações do fabricante. A volta ao Brasil será pelo Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, onde as doses serão armazenadas. 
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O imunizante da AstraZeneca/Oxford foi adquirido pelo Ministério da Saúde junto ao laboratório indiano Serum para garantir o início da vacinação dos brasileiros de forma simultânea e gratuita. A carga de vacinas é estimada em 15 toneladas. De acordo com o ministério, a vacina da AstraZeneca será distribuída aos estados em até cinco dias após o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para, assim, dar início à imunização em todo o país, de forma simultânea e gratuita.
A Azul esclarece que está pronta para buscar o lote de dois milhões de doses da vacina desenvolvida pela Astrazeneca/Oxford em Mumbai, na Índia, e que aguarda a definição diplomática entre o Brasil e o governo indiano.
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CoronaVac
Nesta sexta-feira, o presidente do Butantan, Dimas Covas, afirmou que há cerca de 4,5 milhões de doses prontas para serem encaminhadas para um Centro de Distribuição e Logística do Ministério da Saúde, em Guarulhos.
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“As doses entregues ao Ministério da Saúde serão destinadas para todos os estados brasileiros e o Distrito Federal. Vamos aguardar que neste domingo (17) a Anvisa autorize o uso emergencial da vacina do Butantan, assim como esperamos que o faça também para a vacina AstraZeneca. O Governo de São Paulo torce, pede e recomenda, dentro do seu limite, que a Anvisa e o Ministério da Saúde adote vacinas, não só a vacina do Butantan, não apenas a vacina da Fiocruz, mas também outras vacinas diante do quadro gravíssimo de saúde pública no país”, afirmou o Governador João Doria.
Anvisa
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Neste domingo, dia 17, a Anvisa decidirá pela liberação ou não das vacinas para uso emergencial. As duas vacinas que serão analisadas são: CoronaVac e Oxford. No Brasil, o Butantan produz a Coronavac em parceria com o laboratório farmacêutico chinês Sinovac, enquanto a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) é responsável pelo imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford (Reino Unido) e o laboratório AstraZeneca.