Novos dados foram reunidos por deputados do PSB e serão anexados à representação do partido à Procuradoria-Geral da República (PGR) - Marcello Casal JrAgência Brasil
Novos dados foram reunidos por deputados do PSB e serão anexados à representação do partido à Procuradoria-Geral da República (PGR)Marcello Casal JrAgência Brasil
Por O Dia
As compras das Forças Armadas em 2020 não ficaram nos mais de 700 mil quilos de picanha e nas 80 mil cervejas. Dados oficiais do Painel de Preços do Ministério da Economia mostram mais 140 mil quilos de lombo de bacalhau, além de outros 9,7 mil quilos de filé do peixe salgado, garrafas de uísque 12 anos e de conhaque. As informações são do jornal Estado de S. Paulo.
Esses novos dados foram reunidos por deputados do PSB e serão anexados à representação do partido à Procuradoria-Geral da República (PGR), que questiona os gastos alimentares exorbitantes e luxuosos das Forças Armadas, em momento de crise pela pandemia da covid-19.
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Os pedidos envolvem o Comando da Aeronáutica, que pediu aquisição de 500 quilos de lombo de bacalhau pelo preço de R$ 150 o quilo; dez garrafas do uísque Ballantine’s, com 12 anos de envelhecimento, por R$ 144,13 cada pelo 38.º Batalhão de Infantaria; 15 garrafas do uísque Black Label, Johnnie Walker, por R$ 164,18 a unidade, pelo Comando da Marinha; e o registro para comprar até 660 garrafas de conhaque das marcas “Presidente” e “Palhinha”, com preço unitário proposto de R$ 27,06, pelo Batalhão Naval da Marinha.
O deputado Elias Vaz de Andrade (PSB-GO), cujo nome está entre as assinaturas do partido para a representação enviada à Procuradoria, analisa as contas como “um poço sem fundo”. Segundo ele, “se não bastasse o governo comprar picanha e cerveja, ainda tem o corte mais caro do bacalhau, uísque e conhaque e com indícios de superfaturamento”.
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Andrade planeja levar também, com mais nove deputados do PSB, as informações ao Tribunal de Contas da União e discute a proposta de instalar, na Câmara dos Deputados, uma CPI para as compras do governo. “Quanto mais investigamos, mais absurdos e irregularidades encontramos”, afirma.
O Ministério da Defesa argumenta que “existe uma diferença entre os processos de licitação e as compras efetivamente realizadas”, que acontecem conforme a necessidade da administração. A pasta acrescenta também que “apresentar valores totais de processos licitatórios homologados como sendo valores efetivamente gastos constitui grave equívoco”.
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De acordo com Elias Vaz de Andrade, porém, “há processos de compra concluídos e, inclusive, já efetivamente pagos” entre os apresentados à Procuradoria-Geral da República. O documento preparado pelos deputados do PSB exibe dados detalhados com a identificação da compra realizada e seu referido fornecedor. “Estamos denunciando esses processos licitatórios. Essas empresas tiveram suas propostas aprovadas, por esses valores. Todos eles foram homologados pelas Forças Armadas”, declarou o deputado.