Armas apreendidas pela polícia de Petrópolis possuem calibres e modelos variados - Agência Brasil
Armas apreendidas pela polícia de Petrópolis possuem calibres e modelos variadosAgência Brasil
Por O Dia
Três dias depois do governo Bolsonaro ter publicado quatro decretos que ampliam o acesso a armas e munições, a oposição segue se manifestando nas redes sociais e anunciam que vão pressionar as instituições contra as medidas adotadas na sexta-feira passada. No decreto, o governo federal permite o aumento do número de armamentos e munições permitidas por pessoa, flexibiliza a emissão de laudos e facilita o acesso a armas de pressão.

O senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que irá recorrer ao Ministério Público Federal (MPF) para impugnar os atos assinados por Bolsonaro que flexibilizam a compra de armas letais. "Esta medida é insana e fomenta a formação de grupos armados ilegais, num aceno claro às milícias já formadas no país", escreveu ele.
Na manhã logo depois da publicação dos decretos, o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) disse que abriu projetos para anular as medidas, além de incluir em um protocolo de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF). 
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Para Freixo, Bolsonaro está "sitiando a democracia" no Brasil. "Liberação de armas em massa, bolsonarização das polícias através da sua autonomia em relação aos Estados, excludente de ilicitude para militares em operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), uso da Lei de Segurança Nacional contra opositores. O presidente da República está sitiando a democracia brasileira", escreveu ele.
Em resposta ao presidente Bolsonaro que afirmou que o "povo estava vibrando com os decretos", o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), afirmou que apenas os fabricantes de armas e bandidos estão felizes com as medidas. "Quem está feliz com esses decretos sobre armas: a indústria que fabrica e vende armas, milícias e quadrilhas, pois haverá mais armas circulando no mercado, quem pode pagar R$ 3.000 ou mais por armas e malucos que sonham com uma nova ditadura no Brasil", 
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A oposição também questiona as prioridades do governo federal em um momento de pandemia do coronavírus. Para eles, no lugar de doses de vacina contra a covid-19, o governo se preocupa com armas e munições. "É um absurdo! Os Estados estão suspendendo a vacinação contra a Covid-19 por falta de vacinas. O Brasil não tem insumos e, ao invés de salvar a população, Bolsonaro facilita o acesso às armas. GE-NO-CI-DA!", disse o vice-líder do PT na Câmara dos Deputados, deputado Alexandre Padilha (SP). 

No início deste mês, quando havia anunciado as medidas, Bolsonaro afirmou que os decretos publicados protegeriam os cidadãos contra a tirania, citando como exemplo as medidas de distanciamento social. "A arma evita que um governante de plantão queira ser ditador. Eu não tenho medo do povo armado, muito pelo contrário, me sinto muito bem, estar ao lado do povo de bem armado no nosso Brasil", disse ele durante evento em Cascavel, no Paraná.