Registros de óbitos crescem 40% no 1º trimestre de 2021 no BrasilDaniel Castelo Branco

Por O Dia*
A equipe do Ministério da Saúde já se prepara para o pior momento da pandemia da Covid-19, em março deste ano. De acordo com informações publicadas hoje (5) pelo jornal Valor Econômico, a pasta calcula que haja uma explosão de casos e mortes no período, com os óbitos ultrapassando a barreira dos 3.000 por dia.

Ainda de acordo com a reportagem, o governo federal chegou ao número por causa do alastramento do vírus em todo o país, pelas aglomerações no fim do ano e no Carnaval e a dificuldade da população de manter-se em isolamento social, além da circulação no país de novas variantes mais contagiosas e com grande carga viral.

O colapso do sistema hospitalar em diversos estados ao mesmo tempo e a falta de vacinas disponíveis para imunizar os brasileiros também estão entre as causas.
Na visão da equipe do ministro Pazuello, o estado de São Paulo consegue evitar o colapso atual por possuir a maior rede hospitalar do Brasil. A reportagem destaca que a cúpula da Saúde entende que não há muito no momento o que fazer, a não ser estimular a reabertura de hospitais de campanha nos estados. O governo federal também cogita novas instalações desse tipo já nos próximos dias.
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Orientações do MPF
Nesta quinta-feira, o Ministério Público Federal (MPF) recomendou que o Ministério da Saúde adote com urgência, em todo o território brasileiro, medidas para conter a transmissão da covid-19. Em recomendação assinada por procuradores da República de 24 Estados e do DF, o MPF pediu providências a serem tomadas de forma imediata para evitar o iminente colapso nacional das redes pública e privada de saúde. O documento foi enviado ao procurador-geral da República Augusto Aras para que seja encaminhado ao Ministério da Saúde.
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Uma das demandas é que a pasta formule uma matriz de risco objetiva, baseada em critérios técnicos, que embase a adoção de medidas de distanciamento social, de acordo com a situação epidemiológica e a capacidade de atendimento de cada localidade.
Os procuradores também recomendam o reforço de ações de vigilância sanitária em portos, aeroportos e passagens de fronteira, inclusive com avaliação prévia para o desembarque de viajantes. Além disso, pedem que seja avaliada semanalmente a necessidade de restrição temporária à entrada e saída de pessoas no país ou mesmo à locomoção interestadual e intermunicipal, dando-se ampla publicidade aos motivos de tais restrições.
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A recomendação inclui, ainda, um Plano Nacional de Comunicação, com o objetivo de reforçar a importância das medidas de prevenção contra a covid-19. Caberá ao Ministério da Saúde esclarecer a população sobre o uso adequado e imprescindível de máscaras, a necessidade de aumentar a ventilação dos ambientes e manter a higiene das mãos, a importância da vacinação e a proibição de aglomerações e o respeito outras a regras nacionais e locais para contenção da transmissão.

A recomendação do MPF leva em conta estudos e normativas nacionais e internacionais que demonstram a eficácia do distanciamento social e do uso adequado de máscaras para reduzir os índices de infecção pelo novo coronavírus. O documento cita também diversos dados que demonstram a gravidade do quadro vivido pelo Brasil em relação à pandemia atualmente.
Esta semana o país alcançou, por dias consecutivos, o recorde de mortes diárias pela covid-19, chegando a 1.910 vidas perdidas em 24 horas. A taxa de transmissão do vírus no Brasil também registrou aumento expressivo, passando de 1,02 para 1,13 em uma semana.
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*Com informações do iG Saúde