De acordo com o estudo, o contingente de óbitos deve ser muito maior
De acordo com o estudo, o contingente de óbitos deve ser muito maiorDaniel Castelo Branco
Por KARILAYN AREIAS
Rio - O Brasil bateu mais um triste recorde nesta quinta-feira (29): o país ultrapassou a marca de 400 mil mortos por Covid-19, chegando a 401.186 e 14.590.678 casos confirmados, de acordo com os dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). 
Ainda segundo o Conass, 69.389 novos casos foram confirmados nas últimas 24 horas. Já a média móvel nos últimos sete dias foi de 60.386 novos diagnósticos/dia. O levantamento do Conass também aponta que o Brasil registra 99 dias seguidos com a média móvel de mortes acima de mil e 44 dias com essa média acima dos 2 mil mortos por dia.
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Mais cedo, o Consórcio de Veículos de Imprensa já havia comprovado que a marca havia sido atingida. Por volta da 13h30 desta quinta, a parceria entre jornais divulgou que o Brasil bateu o número de 400.021 mortes e 14.541.806 casos confirmados. Os dados do Conass e do Consórcio são retirados da mesma fonte, que são as secretarias estaduais de Saúde. Eles costumam apresentar uma ligeira diferença numérica, mas que nunca chega a ser estatisticamente significativa.
Erros continuam, apontam especialistas

Após mais de um ano de pandemia, o país ainda enfrenta dificuldades no combate ao coronavírus, com lentidão na vacinação, denúncias de fura-filas, falta de doses em diversas cidades e politização da pandemia. Mais recentemente, o Senado abriu uma Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) para investigar a responsabilidade do Governo Federal na omissão do combate ao coronavírus.
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Além do cenário político conturbado, as perspectivas dos rumos da pandemia no país não são das melhores. Segundo especialistas em saúde, o Brasil viverá uma terceira onda, com possível pico de casos em junho, por conta do Dia das Mães, data em que deve ocorrer encontros familiares, além da flexibilização do isolamento social em diversos estados.
"Com a baixa adesão as medidas de proteção individual, como não se aglomerar, usar máscaras e lavar as mãos, e levando em consideração o contexto que a gente ainda está muito acanhado no que diz respeito a vacina, a terceira onda é uma questão de tempo", prevê a médica e presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia-Rio, Tânia Vergara. 
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A infectologista também frisa a pouca eficácia dos feriadões prolongados adotados por alguns estados, como no caso do Rio de Janeiro. "Inicialmente, o feriadão prolongado com certeza ajudou porque diminuiu a circulação de pessoas. Mas, se quando acaba o feriado as pessoas acham que acabou a pandemia, não resolve nada", opina. 
Outro ponto destacado por pesquisadores é de que o País continua cometendo os mesmos erros e pouco aprendeu até aqui, afirma a pesquisadora do Centro de Estudos em Gestão de Serviços de Saúde do COPPEAD/UFRJ, Chrystina Barros.
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"O que a gente vê é que a Economia e a Saúde 'não andaram de mãos dadas' para trazer medidas que de fatos as pessoas precisam. A gente errou em não coordenar essas pastas e continuamos errando, pois esses órgãos deveriam está trabalhando para a preservação de vidas", pontua.
Chrystina também salienta que devido ao tempo da pandemia as questões sociais também se agravaram, o que torna a situação do Brasil ainda mais delicada. "(As áreas da) Economia, Saúde e Educação não se falam. Nós estamos há um ano lutando contra a Covid e em nenhum momento os pesquisadores disseram que o lockdown deveria vir sem garantir a subsistência das pessoas", diz.
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CRONOLOGIA DA COVID-19 NO BRASIL
10 de abril 2020
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Número de mortes decorrentes do novo coronavírus passa de mil.

16 de abril 2020
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A primeira morte pelo novo coronavírus no Brasil completa um mês. O Presidente da República, Jair Bolsonaro, decide exonerar o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Quem assume o ministério é o médico oncologista Nelson Teich.

9 de maio 2020
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Brasil supera a marca de 10 mil mortos decorrentes do novo coronavírus.

15 de maio 2020
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Ministro da Saúde, Nelson Teich, pede demissão do cargo pouco menos de um mês à frente da pasta. O médico alertou sobre riscos da cloroquina e defendeu medidas de distanciamento social, medidas defendidas por cientistas, mas contrários ao que Bolsonaro defende.

8 de agosto 2020
País ultrapassa os 100 mil mortos. Além disso, país registra mais de 3 milhões de pessoas infectadas pelo novo coronavírus.
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16 de setembro de 2020
O general do Exército Eduardo Pazuello toma posse como o terceiro ministro da saúde durante a pandemia.
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7 de Janeiro de 2021
Após as festas de final de ano, o Brasil atingiu o número de 200 mil mortes pela Covid-19 e um outro número recorde foi batido neste mesmo dia: 1.841 mortes nas últimas 24 horas.
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17 de janeiro de 2021
A enfermeira Mônica Calazans foi a primeira pessoa a ser vacinada contra a Covid-19 no Brasil. Ela recebeu o imunizante Coronavac, desenvolvido pelo Instituto Butantan.

10 de março de 2021
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Após pronunciamento de Lula, Bolsonaro muda o tom do discurso, surge de máscara e passa a defender o uso das vacinas como forma de combater à Covid-19.
23 de março de 2021
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O médico Marcelo Queiroga toma posse como Ministro da Saúde. Ele é o quarto homem a ocupar o posto e assumiu o lugar de Pazuello, no momento em que até então era considerado o pior da pandemia no país.
6 de abril de 2021
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Brasil registra pela primeira vez mais de 4 mil mortes por Covid-19 em 24 horas. Dois dias depois, no dia 8, o país volta a bater a mesma marca, com 4.249 óbitos.
25 de abril de 2021
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Nos quatro primeiros meses de 2021, o Brasil registrou mais mortes do que em todo ano de 2020.
27 de abril de 2021
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Inicia-se no Senado a CPI que vai investigar as ações e omissões do governo federal durante a pandemia no Brasil.
29 de abril de 2021
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O Brasil atinge a triste marca de 400.021 mortos em decorrência da Covid-19.
 
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*Matéria atualizada às 18h47 para a inclusão de dados do Conass