A indicação de militares para ministérios e cargos relevantes no governo federal atingiu níveis inéditos na gestão de Jair Bolsonaro desde o fim da ditadura militar.
A indicação de militares para ministérios e cargos relevantes no governo federal atingiu níveis inéditos na gestão de Jair Bolsonaro desde o fim da ditadura militar.reprodução
Por O Dia
O presidente da República, Jair Bolsonaro, criticou nesta quarta-feira a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. O presidente questionou se ela irá convocar governadores e prefeitos ou se fará o que classificou como um "carnaval fora de época". A fala veio depois do seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos), criticar a comissão, que investiga as ações do governo federal no enfrentamento da pandemia e a aplicação de recursos da União transferidos para estados, Distrito Federal e municípios para essa finalidade.
"A CPI vai chamar (governadores e prefeitos) ou vai querer fazer Carnaval fora de época? Vão se dar mal. Aqueles que estão com essa intenção... Lá tem gente bem intencionada, gente que... Não é que me defende, está falando a verdade. Mas tem um outro lá que quer fazer uma onda só", disse Bolsonaro, durante conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada.
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Bolsonaro pressionara para que a CPI investigue também governadores e prefeitos, e não só o governo federal. Como o regimento interno determina que o Senado não tem competência para investigar estados e municípios, a solução encontrada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), foi de autorizar a investigação também de repasses federais aos governos locais.
Bolsonaro reforçou a defesa da cloroquina, medicamento que a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que não tem eficácia contra a Covid-19, e ainda questionou a intenção de membros da CPI de investigar suas medidas durante a pandemia.

"A CPI vai investigar o quê? Eu dei dinheiro para os caras. O total foi mais de 700 bilhões de reais, (com) auxílio emergencial no meio. Muitos roubaram dinheiro, desviaram. Agora vem uma CPI para investigar conduta minha? "Se ele foi favorável à cloroquina ou não". Se eu tiver um novo vírus, eu vou tomar de novo. Me safei em menos de 24h, assim como milhões de pessoas", completou o presidente.
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Bolsonaro também repetiu que só irá tomar a vacina "quando o último do Brasil se vacinar" e disse que esse é seu "exemplo" como chefe de Estado.

"Agora, questão da vacina: quando o último do Brasil tomar a vacina, eu tomo. Tem gente apavorada, então toma na minha frente. Eu sou chefe de Estado e tenho que dar exemplo. Meu exemplo é esse: deixar, já que não tem para todo mundo ainda, tomar na minha frente".