A Fiocruz aponta que pandemia permanece em patamares críticos
A Fiocruz aponta que pandemia permanece em patamares críticosJosué Damacena, IOC/Fiocruz
Por O Dia
O boletim extraordinário do Observatório Covid-19 Fiocruz, divulgado nesta quarta-feira, 28, alertou uma queda no número de casos, óbitos e taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos. Os valores, no entanto, ainda permanecem em patamares críticos.
Outro dado preocupante é a taxa de letalidade. No final de 2020, este indicador se encontrava na faixa de 2%, aumentando para 3% entre o período de 14 a 20 de março, e, no último boletim, subiu para 4,4%. A análise é referente ao período entre o dia 18 e 24 deste mês.

O número de casos diminuiu a uma taxa de 1,5 % ao dia, enquanto o de óbitos por Covid-19 foi reduzido a uma taxa de 1,8 % ao dia, o que mostrou uma tendência de ligeira queda, mas ainda não de contenção da epidemia. Em relação à taxa de ocupação de leitos, o boletim chama atenção para a redução nos estados de Rondônia (de 94% para 85%) e Acre (de 94% para 83%) que ainda continuam na zona de alerta crítico. Também há informações para a saída de Alagoas da zona de alerta crítico para a zona de alerta intermediário (de 83% para 76%) e a saída da Paraíba da zona de alerta (de 63% para 53%).

Para pesquisadores do Observatório, o quadro atual pode representar uma desaceleração da pandemia, com a formação de um novo patamar, como o ocorrido em meados de 2020. Porém, com números muito mais elevados de casos graves e óbitos, que revelam a intensa circulação do vírus no país. “Esse conjunto de indicadores que vêm sendo monitorados pelo Observatório Covid-19 Fiocruz mostram que a pandemia pode permanecer em níveis críticos ao longo nas próximas semanas”, disseram os cientistas.
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Pesquisadores alertam que a flexibilização sem um controle rigoroso das medidas de distanciamento físico e social pode retomar o ritmo de aceleração da transmissão, com a “produção” de novos casos. Vários deles graves, além da elevação das internações e taxas de ocupação de leitos.

"A integração entre Atenção Primária à Saúde e a Vigilância em Saúde deve ser intensificada para otimizar os processos de triagem de casos graves, seu encaminhamento para serviços de saúde mais complexos, bem como a identificação e aconselhamento de contatos para medidas de proteção e quarentena. Além disso, a reorganização e ampliação da estratégia de testagem é essencial para evitar novos casos, bem como reduzir a pressão sobre os serviços hospitalares”, orientam.