Ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, durante sessão da CPI
Ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, durante sessão da CPILeopoldo Silva/Agência Senado
Por O Dia
Rio - Após o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz, tomar a decisão de adiar a continuidade da oitiva de Eduardo Pazuello, por conta de um mal estar do ex-ministro, a comissão voltou a ouvir Pazuello na manhã desta quinta-feira. Durante o primeiro momento da sessão, antes do intervalo ocasionado por discussões entre os parlamentares, o general foi questionado sobre assuntos como a crise de oxigênio no Amazonas, sua ida ao shopping sem máscara e o aplicativo "TrateCov", que recomendava medicamentos sem eficácia para tratar covid-19 mesmo sem diagnóstico. Confira os principais pontos:
Sessão ao vivo:
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Apresentado em meados de janeiro, quando o estado do Amazonas vivia o colapso no sistema de saúde, o aplicativo "TrateCov" permitia dar diagnósticos positivo ou negativo sobre a covid-19, mesmo sem exames laboratoriais. Ainda na plataforma, os usuários recebiam recomendações de medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19.
Questionado sobre o assunto novamente, Pazuello disse que o objetivo do programa era auxiliar o diagnóstico médico da covid-19 e que tratava-se apenas de um protótipo, mas um ataque hacker fez com que a plataforma ficasse disponível. Os senadores, então, contestaram. Alessandro Vieira (Cidadania-SE) citou um documento de 6 de janeiro, assinado por Pazuello, que permitia a disponibilização do TrateCov.
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"Existe um boletim de ocorrência, uma investigação que chega nessa pessoa [o suposto hacker]. Ele foi descoberto, ele pegou esse diagnóstico alterou com dados lá dentro e colocou na rede pública. Quem colocou foi ele, tem todo um boletim de ocorrência", argumentou o ex-ministro. 
Omar Aziz, presidente da comissão ironizou a fala de Pazuello dizendo que o hacker era tão bom, que conseguiu colocar o TrateCov na Tv Brasil.
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A falta da máscara
No início da sessão, o ex-ministro também foi pressionado pelo senador Eduardo Braga (MDB - AM) sobre o episódio em que foi flagrado caminhando sem máscara em um shopping de Manaus. Pazuello, então, tentou justificar a ocasião e disse que foi um 'divulgador pessoal' das medidas restritivas.
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"Eu fui com máscara para o shopping, quando desci do carro a máscara ficou no carro pisada, ficou inutilizada. Minha filha já entrou no shopping e eu parei na porta e conversei com a moça que tira a temperatura, falei 'estou sem máscara, tem como comprar aqui na entrada?'. Ela respondeu 'nesse quiosque em frente o senhor pode comprar'. Então, eu fui do momento onde estava a temperatura oito metros em seguida o quiosque e nesse circuito fui fotografado", relatou. 
Crise no Amazonas
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Questionado sobre a grave crise de falta de oxigênio no Amazonas, o general voltou a se eximir de culpa e responsabilizou o governo estadual. 
"Fica claro para mim que a preocupação com o acompanhamento do oxigênio não era o foco da Secretaria de Saúde do Estado do Amazonas, porque não faltou oxigênio e ficou focada em outras coisas, em dezembro ainda. No próprio plano de contingência da Secretaria de Saúde não havia nenhuma medida sobre o oxigênio", afirmou. 
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O ex-ministro citou, ainda, a empresa White Martins, responsável pelo fornecimento do insumo. "A empresa White Martins, que é a grande fornecedora [de oxigênio] somada à produção da Carbox, uma empresa menor, já vinha consumindo a sua reserva estratégica e não fez essa posição de uma forma clara desde o início. Começa aí a primeira posição de responsabilidade. Não tem como isentarmos essa posição", completou. 
Após, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) exibiu um vídeo de governadores defendendo uso da hidroxicloroquina de acordo com recomendação médica, ainda no início da pandemia, causando uma discussão entre os parlamentares e Omar Aziz suspendeu o depoimento.



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