Oito das 27 unidades do país apresentam sinal de crescimento. É o caso de Amazonas, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Tocantins, Distrito Federal e Rio de Janeiro. Entre os demais, observa-se indícios de interrupção da tendência de queda na Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, e São Paulo. Também foi verificada tendência de estabilização em Minas Gerais e Piauí, embora nesses dois estados os indícios não sejam tão claros quanto nos anteriores.
“Como vem sendo alertado desde a atualização da semana 14, diversos desses estados ainda estão com valores similares ou até mesmo superiores aos picos observados ao longo de 2020. Tais estimativas reforçam a importância da cautela em relação a medidas de flexibilização das recomendações de distanciamento para redução da transmissão de Covid-19, enquanto a tendência de queda não tiver sido mantida por tempo suficiente para que o número de novos casos atinja valores significativamente baixos”, ressaltou Gomes.
Como os valores atingidos em diversos estados durante a fase de crescimento observada em 2021 foram extremamente elevados (em diversos estados o pico de 2021 foi superior aos picos de 2020), a retomada das atividades de maneira precoce pode levar a um quadro de interrupção da queda ainda em valores muito distantes de um cenário de segurança. “Tal situação, caso ocorra, não apenas manterá o número de hospitalizações e óbitos em patamares altos como também manterá a taxa de ocupação hospitalar em níveis preocupantes, impactando todos os atendimentos, não apenas aqueles relacionadas à síndromes respiratórias e Covid-19”.
Um levantamento a partir do Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz na semana epidemiológica 9 (28 de fevereiro a 6 de março) deste ano quando o cenário epidemiológico se desenhava à beira do colapso, com quase todos os estados em níveis críticos de ocupação de leitos indica que a incidência média de SRAG era de 15,5 casos por 100 mil habitantes. No momento, este indicador encontra-se em 11,4 casos por 100 mil habitantes, que é um valor extremamente elevado. “Portanto, novos possíveis aumentos, em um cenário de flexibilização das políticas de contenção ou bloqueio da transmissão e da vigilância epidemiológica, poderiam reverter ao quadro crítico observado”.
Capitais e interior dos estados
Quando analisados os casos associados apenas a residentes das capitais, o boletim atual aponta que seis delas já apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo: Cuiabá, Curitiba, Florianópolis, Manaus, Palmas e Porto Alegre. Dentre as demais capitais, 12 apresentam sinal de queda na tendência de longo prazo e as demais apresentam sinal de interrupção da queda ou estabilização.
Para avaliar a evolução dentro de cada estado, os dados agregados por macrorregiões de saúde mostram que 17 das 27 unidades da Federação têm ao menos uma macrorregião de saúde com sinal de crescimento, na tendência de longo prazo ou curto prazo: Amazonas, e Tocantins, no Norte; Bahia, Maranhão, Paraíba, Pernambuco e Piauí no Nordeste; Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo no Sudeste; Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul no Centro-Oeste; e Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina no Sul.
No Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo, mais da metade das macrorregiões de saúde apresentam tendência de crescimento. No Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins mais da metade das suas macrorregiões estão em situação de crescimento ou interrupção de queda.
Óbitos por SRAG no país
Os óbitos SRAG, independentemente de presença de febre, encontram-se na zona de risco, com ocorrências de casos muito altas. Desde 2020 até a presente atualização foram registrados um total de 306.079 óbitos.