De acordo com a fiscalização, os trabalhadores eram aliciados em cidades do interior do Maranhão. Elas tinham que pagar até R$ 500 pela vaga, o que é proibido por lei, e recebiam promessas de salários e boas condições de trabalho. Só perceberam que foram enganadas ao chegar ao local.
Em caso de quererem deixar o trabalho, a empresa não fornecia recursos para voltarem para suas cidades de origem e, como não tinham dinheiro, continuavam trabalhando.
O Ministério Público do Trabalho do Rio Grande do Sul informou que que as vítimas "vinham sofrendo descontos em cobrança por uma 'cesta básica', o que diminuía ainda mais as chances de os trabalhadores conseguirem reunir as condições para abandonar o lugar e voltar ao estado".
Direito de vítimas da escravidão contemporânea desde 2003, as vítimas vão receber três meses de seguro desemprego.
Segundo o colunista do UOL Leonardo Sakamoto, a ação foi iniciada no dia 13 de maio, 133º aniversário da Lei Áurea, e realizada por auditores fiscais do trabalho do Ministério da Economia, pelo Ministério Público do Trabalho, pela Polícia Federal e pela Defensoria Pública da União.
A MRV Engenharia já esteve envolvida em outros casos do tipo, com resgate de trabalhadores em situações análogas à escravidão. Segundo Sakamoto, já houve resgates em obras da empresa em Macaé (RJ), em 2014,Contagem (MG), em 2013, Americana e Bauru (SP) e Curitiba (PR), em 2011.
A MRV disse, em nota, que "não compactua com nenhuma irregularidade na contratação de colaboradores" e que "suspendeu imediatamente o contrato com a empresa de recrutamento" e "apresentou todos os esclarecimentos e documentos que comprovam que os trabalhadores foram contratados de forma regular".
Uma audiência de conciliação deve ocorrer nesta segunda-feira, 24, para a negociação de um termo de ajustamento de conduta entre a MRV e o Ministério Público do Trabalho.
- Com informações de UOL.