O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, prestará seu depoimento aos senadores membros da CPI da Covid nesta quinta-feira (27). A principal pauta da oitiva será a recusa por parte do governo federal em adquirir os imunizantes contra o novo coronavírus em meados de 2020.
Fontes do Senado Federal informaram a jornalista Bela Megale que a expectativa é de que Covas prove - com documentos - que o presidente Jair Bolsonaro rejeitou a compra das vacinas produzidas em solo paulista, em parceria com o laboratório chinês Sinovac.
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Dimas possui consigo os registros do contrato oferecido ao Planalto para a distribuição dos imunizantes. De acordo com o Instituto, as oferta envolvia a entrega de 60 milhões de doses da Coronavac.
As provas são ofícios enviados ao governo federal em julho, agosto e outubro de 2020 - todos endereçados ao ministro da Saúde - Eduardo Pazuello - e ignorados. A assinatura do atual contrato entre as partes foi realizado somente em janeiro deste ano.
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Outras pautas também estarão presentes, como:
- O impacto da política externa brasileira e das declarações do governo federal no recebimento de insumos farmacêuticos para produção da CoronaVac;
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- Omissão ou inação do Ministério da Saúde, ou do Planalto, na produção e distribuição das doses;
- Resistência ou desconfiança do governo federal no trabalho do Butantan;
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- Detalhes do desenvolvimento da ButanVac, vacina brasileira contra o novo coronavírus.
Covas será o décimo depoente na comissão parlamentar de inquérito. O diretor do Butantan é ligado ao governador do estado de São Paulo, João Doria (PSDB), desafeto do presidente Jair Bolsonaro.