Marcelo Queiroga durante seu primeiro depoimento na CPIJefferson Rudy/Agência Senado

Por Pedro Jordão - IG
Marcelo Queiroga, atual ministro da Saúde, defendeu, em seu segundo depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, nesta terça-feira, 08, que ainda não está caracterizada uma terceira onda da Covid-19 no Brasil e que aposta na vacinação para evitá-la. Para ele, o país vive uma segunda onda com um número de casos muito elevados em um platô.

"Até bem pouco tempo, os estados estavam fechados. Com a abertura, há uma tendência de novos casos e aumento de óbitos. Outro ponto é a estação climática que vivemos, com tendência maior de circulação do vírus. Para mim, ainda não está caracterizada a terceira onda. Estamos ainda na segunda onda em um platô elevado de casos. A minha esperança para conter isso é a vacina", declarou.
Em outro momento, ao ser questionado pelo relator da CPI, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), Queiroga afirmou que desconhece o "gabinete paralelo" de aconselhamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
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"Nunca vi atuando de forma paralela", alegou Queiroga. Mesmo assim, o ministro disse já ter conversado com Carlos Bolsonaro (Republicanos), Osmar Terra (MDB), Carlos Wizard e a oncologista Nise Yamaguchi. "Recebi a Nise uma vez, e ela me entregou um protocolo de cloroquina que era usado em Cuba. E eu recebi, como recebo outras pessoas". Assista ao vivo:
Calheiros também questionou o ministro sobre o quadro de profissionais de saúde que integram a Saúde. Queiroga confirmou a informação de que não nenhum médico infectologista. Única infectologista que foi cogitada para o ministério foi a médica Luana Araújo.

"O Ministério da Saúde, ao longo do tempo, tem perdido quadros. Nós não temos médicos infectologistas. Temos a doutora Carolina, mas ela é servidora da CGU, não está ali naquela função. O que temos são médicos consultores, que nos apoiam", afirmou Queiroga. Em resposta, Calheiros disse que a informação era de grande gravidade. "Pois é", concordou o ministro.

A médica Luana Araújo, em seu depoimento à CPI da Covid na semana passada, já havia afirmado que, se tivesse sido efetivada, seria a única infectologista do ministério da Saúde. Luana ficou apenas dez dias na pasta e não chegou a ser nomeada.
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Inquirido mais de uma vez sobre sua posição sobre o tratamento precoce e o uso de cloroquina, Queiroga disse que "não há evidência comprovada da eficácia do medicamento contra a Covid-19".

Marcelo Queiroga foi questionado também sobre posturas e posicionamentos de Jair Bolsonaro (sem partido) na pandemia. Ele disse que não é responsável por isso e que já conversou com o presidente sobre o tema, não tendo efeito.

"Eu sou ministro da Saúde, não sou censor do presidente da República", afirmou Queiroga. O senador Renan Calheiros havia questionado se o ministro já havia orientado Bolsonaro sobre a necessidade de usar máscara de proteção contra a Covid-19 e fazer distanciamento social. "Já conversei com o presidente sobre esse assunto e, quando ele está comigo, ele usa máscara na grande maioria das vezes." Queiroga ainda disse que não iria fazer "juízo de valor" sobre as posturas pessoais e individuais do presidente.