Calheiros ainda anunciou que a lista de investigados pode aumentar, sendo atualizada semanalmente, a partir das informações que chegarem à CPI da Covid.Jefferson Rudy/Agência Senado

Por iG
Em coletiva de imprensa no Senado Federal, o relator da CPI da Covid e senador Renan Calheiros (MDB-AL), anunciou quem são as testemunhas que deixam essa condição e passam a ser investigados pela comissão, além de outras pessoas que já serão investigadas de início. O atual ministro da Saúde, o médico cardiologista Marcelo Queiroga, e o antigo comandante da pasta, general Eduardo Pazuello, estão na lista.
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Ao total, a CPI passa a investigar 14 alvos. Além de Pazuello e Queiroga, estão na lista também:
- Élcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde;
- Arthur Weintraub, ex-assessor da presidência da República apontado como um coordenador do gabinete - paralelo;
- Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores;
- Fábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação da presidência da República;
- Marcellus Campêlo, ex-secretário de saúde do Amazonas;
- Mayra Pinheiro, conhecida como capitã cloroquina, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde;
- Hélio Angotti Neto, secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos;
- Carlos Wizard, empresário apoiador do governo Bolsonaro;
- Nise Yamaguche, médica oncologista apontada como participante do gabinete paralelo;
- Paulo Zanotto, médico virologista apontado como participante do gabinete paralelo;
- Luciano Dias Azevedo, apontado como autor da minuta de decreto para alterar a bula da hidroxicloroquina;
- Franciele Tardetti Fantinato, coordenadora do Programa Nacional de Imunização (PNI).
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O anúncio do relator da CPI foi feito após ele se recusar a fazer perguntas na audiência pública desta sexta-feira, 18, com médicos pró-cloroquina e que se posicionam contra o lockdown. Calheiros ainda anunciou que a lista de investigados pode aumentar, sendo atualizada semanalmente, a partir das informações que chegarem à CPI da Covid.
O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), adiou a votação de requerimentos desta sexta para a próxima terça-feira, 22. Seu vice na comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), protocolou o pedido de convocação de representantes do Facebook e do Youtube, para questioná-los sobre falta de posicionamento diante e atitude diante de lives promovidas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
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O caso de Queiroga
O atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, é um dos investigados. Na prática, passar da condição de testemunha para investigado permite que Queiroga e os demais tenham acessos aos documentos da CPI, além de sinalizar que a comissão já levantou provas e indícios para responsabilizar a atuação dessas pessoas na pandemia. Por outro lado, em um possível novo depoimento, um investigado pode optar por não falar no colegiado.

A CPI recebeu documentos do Itamaraty mostrando que Queiroga se comunicou com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, e defendeu em abril o tratamento precoce contra a doença. O depoimento de Queiroga na CPI foi classificado pelo relator como "pífio", inclusive com declarações mentirosas ao ter negado que defendia o uso de medicamentos sem eficácia comprovada e dito que possui autonomia do presidente Jair Bolsonaro na pasta.

O relator também afirmou que Queiroga levou um "puxão de orelha" da OMS ao ter cobrado agilidade no envio de vacinas ao Brasil após, no ano passado, ter atrasado os pedidos do imunizante e optado por comprar vacinas apenas para 10% da população do Brasil no consórcio Covax Facility, quando era permitida a opção pela compra de imunizantes para atender 20% ou até 50% da população brasileira. Integrantes do suposto "gabinete paralelo" que assessora o presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia também são alvos da CPI.
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*Com informações do Estadão