"O Carlos é minoritário e nunca participou da gestão nem interage em nada na companhia", afirmou o CEO da Wiser educação.Edilson Rodrigues/Agência Senado
Companhias associadas a Carlos Wizard têm se afastado do empresário
O CEO da Wiser educação, empresa dona da Wise Up, na qual Wizard possui 37% das ações, afirmou que o empresário é apenas um acionista e que não participa da gestão da companhia
O empresário Carlos Wizard Martins, principal acionista da holding Sforza, decidiu ficar calado durante toda a sessão da CPI da Covid no Senado nesta quarta-feira, 30. Porém, as empresas em que Martins detém participação, ou até mesmo aquelas que já foram vendidas por ele, estão tentando se afastar das posições do empresário, que é defensor do "tratamento precoce", que não tem eficácia comprovada no combate à covid-19.
Um deles é Flávio Augusto, CEO da Wiser Educação, dona da escola de idiomas Wise Up, na qual Martins tem fatia de 35% desde 2017. Em entrevista ao Estadão, Augusto faz questão de destacar que Martins é apenas um acionista, mas que não participa nem do dia a dia da companhia e nem do conselho de administração.
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"O Carlos é minoritário e nunca participou da gestão nem interage em nada na companhia. Quando ele começou a se aproximar do governo, no passado, fui muito categórico nas minhas redes em dizer que não tinha conhecimento do assunto", diz Augusto. "Se ele pedisse a minha opinião, eu não concordaria. Mas ele é livre e faz aquilo o que deve fazer. Para nós, não atrapalha em nada, pois é uma posição pessoal dele. Eu só lamento."
A rede de escolas Wizard, que Martins fundou no fim dos anos 1980, foi comprada pela empresa britânica Pearson em 2013. Porém, como a marca Wizard carrega o nome do empresário, a vinculação nas redes sociais foi imediata. Ontem, a empresa soltou uma nota se solidarizando com "as centenas de milhares de vidas que se foram" no Brasil em decorrência da pandemia de covid-19. "A Wizard by Pearson aproveita a oportunidade para se expressar em favor da vida, da saúde e da ciência", disse, em nota.
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Ainda em 2020, quando Martins pleiteava ocupar um cargo no governo, a Pearson já se movimentava para mostrar que a empresa não tinha qualquer vínculo com o seu fundador. Não à toa, pediu à Justiça a publicação de uma declaração dando conta de que a marca não tem vínculo com o empresário.
A ação de protesto da empresa foi movida na 2.ª Vara Cível de Campinas, e solicitava que o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo divulgasse a informação em seu Diário Oficial, o que ocorreu em agosto.
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Outras marcas que foram criticadas em mensagens nas redes sociais foram os restaurantes Pizza Hut e a KFC, que já tiveram Martins como controlador. Em 2019, a Sforza fundiu a sua operação da MultiQRS, detentora das operações da Pizza Hut e KFC no País, com a IMC, dona de marcas como Frango Assado e Viena. Hoje, Martins tem 2,9% das ações da empresa - seus filhos Lincoln e Charles detêm outros 6,3%. A companhia, em nota, diz que Martins "não atua na gestão da IMC e tampouco tem cadeira no conselho de administração."
Hoje, a Sforza continua com marcas como a varejista de alimentos saudáveis Mundo Verde, além das esportivas Topper, Rainha e a Aloha, de óleos essenciais. Procurada, a Sforza não comentou.
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