A senadora Eliziane também criticou o tom da nota divulgada pelas Forças Armadas e pelo Ministério da Defesa nesta quartaEdilson Rodrigues/Agência Senado

Por O Dia
Após uma quarta-feira intensa na CPI da Covid, senadores deram início à sessão desta quinta-feira, 8, de uma forma importante. O senador Humberto Costa (PT-PE) e a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), saíram em defesa do presidente da comissão Omar Aziz (PSD-AM), após as diversas críticas por ele ter dado voz de prisão ao ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, em sua oitiva nesta quarta.

“Eu não tenho visto aqui nesta CPI um desrespeito a direitos. Aqui esteve um cidadão [Roberto Dias] que passou um dia inteiro dizendo que não iria responder. Não respondeu nem a religião dele e a CPI o tratou da forma mais digna possível”, afirmou Humberto Costa.

Ainda durante sua fala, o senador prestou sua solidariedade a Aziz e afirmou que “o presidente da CPI tinha dito, mais de uma vez, que iríamos chegar em uma situação limite, em que o perjúrio se transformava em uma afronta à CPI”, concluiu.

A senadora Eliziane, além de ratificar a fala de seu colega, acrescentou a atitude tomada em relação ao depoimento de Roberto Dias teria um efeito “pedagógico, porque as pessoas entenderão que na CPI tem que se falar a verdade dentro da condição de testemunha.”

A parlamentar também saiu em defesa de Aziz e criticou a ação das Forças Armadas e do Ministério da Defesa pela nota divulgada na noite desta quarta-feira, 7. A divulgação ocorreu após Aziz afirmar que "membros do lado podre das Forças Armadas estão envolvidos com falcatrua dentro do governo".
“Quero finalizar, mais uma vez aqui destacando aqui, a desnecessária ação das forças armadas, que, no meu entendimento, elevou de forma exagerado o tom”, disse a senadora.
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Durante sua fala, Aziz também argumentou contra as críticas que vem recebendo devido à declaração de ontem, quando, durante sessão da CPI, afirmou que "há muitos anos a gente não via membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua do governo". Em nota assinada pelo ministro da Defesa, Walter Braga Neto, e pelos comandantes das Forças Armadas, os líderes criticam Aziz classificando sua declaração como "grave, infundada e irresponsável".

Aziz salientou que não misturou as Forças Armadas com os acusados de corrupção dentro do governo. "Quando o general Pazuello esteve aqui, podem procurar no depoimento todo, eu o chamo de ex-ministro da Saúde", declarou.
A prisão de Dias, nesta quarta-feira, 7, provocou desdobramentos. Aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o senador Ciro Nogueira (PP-PI) pediu que os alvos da comissão passem a se tornar oficialmente investigados, e não sejam mais chamados como testemunhas. A estratégia da questão de ordem é garantir o direito ao silêncio e evitar novas ordens como a dada ontem pelo presidente da comissão. 
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*Com informações do Estadão Conteúdo