O ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira DiasPedro França/Agência Senado
Aziz pediu para que o sistema de som da sala reproduzisse áudios que, segundo ele, confirmavam a participação de Dias na compra de vacinas sob suspeita de corrupção. Os áudios foram publicados no site da CNN Brasil e, segundo a emissora, contestam a versão de que o encontro entre Dias e o policial Luiz Paulo Dominghetti foi acidental. A advogada do ex-diretor protestou e afirmou que a prisão seria uma ilegalidade, e que ele estaria colaborando com a CPI desde a manhã desta quarta-feira, 7. Ela afirmou que o depoente não vai responder mais às perguntas.
Senadores da CPI da Covid pediram que o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), reconsiderasse o pedido de prisão contra Roberto Dias por isonomia com outros depoentes que, segundo eles, também mentiram e tiveram negados os pedidos de prisão. O senador Alessandro Vieira (Cidadania-ES) argumentou que a comissão "não colocou um general na cadeia", em uma referência ao ex-ministro Eduardo Pazuello, que segundo ele também teriam mentido.
O senador Otto Alencar (PSD-BA) fez um apelo no mesmo sentido. A senador Simone Tebet (MDB-MS) sugeriu uma acareação imediata para determinar se Dias mentiu ou não à comissão.
O governista Marcos Rogério (DEM-RO) disse que o pedido de prisão é ilegal e que a sessão já deveria estar suspensa devido à abertura da Ordem do Dia no plenário do Senado, quando as comissões devem ser suspensas. "Decisão ilegal não se cumpre", disse Rogério.
Diante dos apelos de outros senadores para que reavalie o pedido de prisão, o senador Omar Aziz (PSD-AM) manteve a decisão, reiterou que o ex-diretor do Ministério da Saúde Roberto Dias está preso, e encerrou a sessão.
"Tenho sido desrespeitado aqui na presidência da CPI ouvindo historinhas", reclamou Aziz. "Não aceito que a CPI vire chacota. Ele está sendo preso por mentir, por perjúrio, e se eu estiver cometendo abuso de autoridade, que a advogada dele ou qualquer outro senador me processe", completou o presidente da CPI.
Omar Aziz, presidente da #CPIdaCovid, manda prender Roberto Dias. #ODia pic.twitter.com/ktXozpH9D2
— Jornal O Dia (@jornalodia) July 7, 2021
"Ele está preso por mentir", afirma Omar Aziz, presidente da #CPIdaCovid sobre Roberto Dias, e encerra a sessão.
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A compra de vacinas se tornou o principal alvo de investigação na CPI. Os senadores suspeitam de um esquema de corrupção no governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Uma das controvérsias é o preço do imunizante Covaxin, que passou de US$ 10 para US$ 15 por dose após o Ministério da Saúde dar início às negociações. Roberto Dias é acusado de pressionar servidores da pasta para acelerar a importação das doses, mesmo com indícios de irregularidades no contrato.
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