Diretor do Butantan Dimas CovasDivulgação

São Paulo - O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse ter alertado "várias vezes" tanto o então ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, quanto outros interlocutores da pasta que o Butantan era o representante exclusivo da Sinovac e o responsável pelo uso da CoronaVac no Brasil. As informações são do G1.
De acordo com o diretor, estava claro para o ministério da Saúde, antes de março, de que não haveria outra forma de obter a vacina que não fosse por intermédio do Butantan. "Fato público e notório", disse Dimas Covas ao portal. A CoronaVac é produzida no Brasil pelo Instituto com insumos chineses. 
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Quando ainda era ministro, em 11 de março, Pazuello se reuniu com intermediários que ofereceram doses da vacina CoronaVac pelo triplo do preço negociado com o Butantan. Essa reunião não constou na agenda oficial do ex-ministro. 
Dois meses antes do encontro, o governo brasileiro já havia anunciado a compra de 100 milhões de doses da Coronavac do Instituto Butatan, pelo preço de US$ 10 a dose. A demissão Pazuello veio a público quatro dias depois da reunião. Por meio dos intermediários recebidos pelo ex-ministro, o preço seria US$ 28 por dose. A informação foi publicada em primeira mão pelo jornal "Folha de S.Paulo". Um vídeo, em posse da CPI da Covid, e publicado pelo jornal, registrou os momentos finais da reunião. 
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Vítima de uma rivalidade política entre o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) e o presidente Jair Bolsonaro, a CoronaVac foi a vacina mais atacada pelo chefe do Executivo. Por mais de uma vez, Bolsonaro afirmou que não compraria a "vacina da China". Ele chegou a desautorizar Pazuello, mandando cancelar um protocolo de intenções entre o Ministério da Saúde e o Butantan para fornecimento da vacina. No final de outubro, em um cenário de escassez de vacinas, o governo cedeu e assinou contrato com o Butantan.