Antes do governo Bolsonaro, a média anual de multas pagas em processos era de 688; em 2019 e 2020 a média foi de 44Valter Campanato/Agência Brasil

Durante o governo Bolsonaro, as dificuldades para a fiscalização ambiental na Amazônia cresceram, alcançando quem monitora infrações e também agente de órgãos federais, responsáveis por julgar processos de crimes ambientais. Em comparação com os quatro anos anteriores a atual gestão federal, a média de processos com multas pagas por crimes que envolvem a vegetação da Amazônia Legal caiu 93% em 2019 e 2020.

A informação é de um levantamento feito pelo Centro de Sensoriamento Remoto e do Laboratório de Gestão de Serviços Ambientais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Segundo os pesquisadores, mudanças internas do Ministério do Meio Ambiente e na legislação entre 2019 e 2020 dificultaram o trabalho dos fiscais e o andamento de processos ligados à apuração de infrações ambientais, como desmatamento e extração de madeira irregular.
Segundo informações do jornal O Estado de SP, antes do governo Bolsonaro, a média anual de multas pagas em processos era de 688. Em 2019 e 2020, sob o comando do ex-ministro Ricardo Salles, os balanços foram 74 e 13 multas pagas, respectivamente, com média 44 dos dois anos. O número de processos também por causas ambientais na região também diminuiu: de 5,3 mil anuais entre 2014 e 2018 para 113 julgamentos em 2019 e 17 em 2020.