Joana Fabris, de 19 anos, foi morta no último sábado. Crime é investigado como feminicídioReprodução

Rio - "Tu deixou um buraco enorme no nosso peito, esse buraco, nunca vai fechar", escreveu Samara Fabris em homenagem a prima Joana Fabris Deon, de 19 anos, morta na madrugada do último sábado, 17. O crime aconteceu no bairro Ouro Verde, em Bento Gonçalves, na Serra do Rio Grande do Sul e a suspeita é de que a jovem tenha sido vítima de feminicídio. Na ocasião, Joana e o namorado estariam na casa dele, onde o pai do rapaz também dormia, quando ela foi atingida por um tiro no tórax. Ainda no sábado, a Polícia Civil prendeu o suspeito, também de 19 anos, que foi apontado e entregue pelo próprio pai como responsável pela morte
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Nas redes sociais, familiares lamentaram a perda: "Eu sei que muita gente vai te julgar, perguntando o que você fazia naquele lugar, naquele horário e com aquelas pessoas. A resposta, tava na pessoa que tu foi, aquela que não julga alguém pela classe social, pelo status ou por nada. Tu enxergava aquilo que a gente não conseguia ver. Que é o ser humano por trás do contexto. Desde de que tu nasceu, eu recebi a missão de cuidar de ti, mas eu não entendi nada. Quem cuidou de mim foi você", relatou Samara, prima da vítima.
"Tu foi o acelerador, enquanto eu era o freio. Dessa vez tu acelerou demais, eu fiquei. A gente nunca entendeu direito as escolhas que tu tomava. Agora, tudo tá se encaixando. Tu viveu, porque tu entendia. Entendia que o tempo da gente aqui é curto e precisa ser vivido. Em 19 anos, tu viveu mais do que a gente com 25, 40, 79. Cada dia contigo foi um ensinamento. Tu tocou tanta gente em tão pouco tempo, que apenas uma pessoa com a tua luz, pode ser capaz de tanto", completou. 
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Tassia Luiza Fabris, madrinha de Joana, também prestou sua homenagem.
"Jo, você partiu cedo demais. Nunca vamos aceitar, não há como! Para alguns, falha de alguém, para nós que te amamos eternamente e te perdemos, não importa! Gratidão pelos 19 anos mais intensos, alegres, confusos, atrapalhados, verdadeiro! A Dinda está destruída e com medo", afirmou. 
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Na última foto postada em uma rede social da jovem, diversos comentários lamentam a tragédia:
"Uma das pouquíssimas pessoas que sempre perguntava como meu filho estava. Foi minha aluna.
Que Deus conforte o coração da família nesse momento de tristeza". 
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"Meus Deus que triste essa notícia. Meus sentimentos a toda família". 
Investigações
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Após o pai do suspeito entregá-lo por conta própria, as investigações mudaram o curso. Segundo a Polícia Civil do RS, depois de Joana ter sido baleada, ele teria acionado o pai e os dois a levaram até o Hospital Tacchini, onde ela veio a óbito. No primeiro depoimento, o jovem alegou que ele a vítima teriam sido assaltados na rua e, como ela reagiu, foi ferida. Ele foi liberado em seguida.
Posteriormente, o pai do jovem, que não teve o nome divulgado, entrou em contato com a polícia novamente e informou sobre as suspeitas de que o filho teria cometido o crime. Os agentes foram até a casa do jovem e o levaram para um segundo depoimento, na qual ele mudou a versão: desta vez, Paulo disse que a arma era dele e que o disparo foi acidental. Seu pai também prestou depoimento.
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Apesar dos pais de Joana negarem que a filha namorava o rapaz, tanto o suspeito do crime, quanto o pai, apontaram o relacionamento entre os dois. 
"É uma situação bastante delicada, que envolve familiares tanto da vítima, quanto do acusado, porque nós temos uma mãe e pai que perdem uma filha, mas nós também temos um pai que age corretamente e comunica a polícia da ação do seu próprio filho", comentou a delegada ao G1.
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