O deputado Federal Luis MirandaJefferson Rudy/Agência Senado
O parlamentar será ouvido no inquérito aberto para apurar suposta prevaricação do presidente Jair Bolsonaro diante de supostas irregularidades na importação da vacina indiana Covaxin.
As suspeitas foram levadas a Bolsonaro pelo deputado e pelo irmão dele, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, em março, e se tornaram um dos focos da CPI da Covid.
Procurado para comentar o motivo do pedido para falar à PF em outra data, o deputado do DF não se manifestou. Na segunda-feira, 19, ele disse que aproveita o recesso parlamentar para ter férias com a família.
No mesmo dia, o jornal O Globo publicou que, no depoimento prestado na semana passada, Luis Ricardo afirmou não ter mais as mensagens em que ele alega ter sido pressionado por superiores para liberar a importação do imunizante, pois trocou de aparelho celular.
Entre elas, um pedido de pagamento antecipado para empresa que não estava no contrato.
As mensagens não ficaram salvas na nuvem e não foram espelhadas para o novo aparelho. À polícia, porém, ele afirmou manter todos os "prints" - fotos das conversas.
Os irmãos Miranda afirmam que a troca de aparelho não enfraquece a denúncia que eles apresentaram porque as conversas foram encaminhadas ao deputado e a investigação pode avançar sobre os aparelhos das autoridades que exerceram a suposta pressão.
Eles narram que levaram ao presidente Jair Bolsonaro, em 20 de março, informações sobre supostas irregularidades no Ministério da Saúde, em específico com relação à compra da Covaxin. A negociação foi intermediada pela Precisa Medicamentos.
Na oportunidade, o presidente teria garantido aos dois que acionaria a Polícia Federal para que as suspeitas fossem investigadas. O pedido de apuração não ocorreu e um inquérito só foi aberto meses depois, por causa do andamento dos trabalhos da CPI da Covid.
Entre os superiores que teriam pressionado Luis Ricardo a liberar a importação mesmo com erros no processo, o ex-diretor de logística do ministério, Roberto Dias, e o ex-secretário-executivo da pasta, coronel Elcio Franco.
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