Coronel da reserva Marcelo Blanco depõe na CPI da Covid Jefferson Rudy/Agência Senado
Dominghetti foi levado por Blanco a um jantar no dia 25 de fevereiro com o então diretor de Logística do ministério, Roberto Dias. O policial relatou ter recebido um pedido de propina para negociar as vacinas, versão negada por Dias e por Blanco.
"Na minha concepção, existem dois Dominghettis. Esse Dominghetti que é sabido por todos, de hoje, de várias matérias, que estava aqui na CPI, e o Dominghetti que foi apresentado por mim no início de fevereiro", afirmou o coronel Blanco, que defendeu a possibilidade de o ministério receber a oferta do policial em função da escassez de vacinas naquela época.
De acordo com ele, Dominghetti se apresentou a ele em fevereiro com um discurso "muito bem-feito." Blanco relatou que só passou a suspeitar da Davati, empresa que o policial dizia representar, em março, quando passou a conversar com outro representante da empresa, Cristiano Carvalho, e percebeu que não havia documentação suficiente para negociar com o ministério. "Aí comecei a ver que estava muito complicado."
Ao longo do depoimento, o ex-assessor do Ministério da Saúde afirmou que oferta de Dominghetti não passou da "página 2". A versão foi criticada por senadores. "Não poderia nem ter passado da página zero", disse o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
"As pessoas não quiseram comprar Pfizer, mesmo depois de 101 e-mails mandados para o Ministério da Saúde, não houve nenhuma facilidade para eles, mas, em relação ao Dominguetti, que o coronel Branco nunca tinha visto mais gordo na vida dele, houve uma facilidade de ir para um restaurante à noite e de, no outro dia, já estar aberto o Ministério da Saúde pra ele. Então, Brasil, era disso que se tratava a vacina", afirmou o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM).
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