Simone Tebet (MDB-MS) na CPI da CovidPedro França/Agência Senado

Durante o depoimento do ex-secretário do Ministério da Saúde, Airton Antonio Soligo, nesta quinta-feira, 5, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) afirmou ter sido atendida pelo próprio, antes mesmo dele ter sido nomeado para o cargo que assumiu entre junho de 2020 e março deste ano.
Durante a sua fala, a senadora afirmou que quando buscava informações com o Ministério da Saúde em relação a compra de respiradores, conversou com Cascavel sem saber que ele ainda não tinha sido oficializado em algum cargo na pasta.
Publicidade
"Fomos falar de pandemia. Eu estou apenas dizendo que vossa senhoria naquele momento não era servidor público. Não digo que vossa senhoria tenha me oferecido nada, muito pelo contrário, agradeço por ter me dado um retorno em relação aos respiradores. Mas naquele momento o senhor não era servidor público, então o mínimo que poderia ter feito era ter se apresentado", declarou Simone Tebet.
A senadora também afirmou que se sentiu enganada quando soube que Airton Cascavel ainda não era um servidor público oficializado. Confira o momento:
Publicidade
A senadora também afirmou que a pasta cometeu "omissão dolosa" no combate à pandemia de covid-19 no Brasil. Ela lembrou que, durante a atuação de Airton Cascavel como assessor especial, a pasta alterou o Plano de Contingência Nacional para o combate à covid-19 e tentou transferir a responsabilidade exclusivamente para estados e municípios.
"A execução é tripartite, mas a coordenação geral deve ser da União. Sem planejamento, estados e municípios ficam sem pai nem mãe. Não houve coordenação. 'Toma que o filho é seu'. Foi isso que foi dito para estados e municípios. É por isso que faltou kit intubação, sedativo e oxigênio. Porque o governo simplesmente lavou as mãos. Houve omissão dolosa", afirmou.
Publicidade
O ex-funcionário do Ministério da Saúde não respondeu às críticas da parlamentar.
Quem é Airton Cascavel
Publicidade
O empresário Airton Antonio Soligo, conhecido como Airton Cascavel, teria atuado informalmente durante meses no Ministério da Saúde, sem nenhum vínculo com a administração pública.
De acordo com investigações, Cascavel é amigo do ex-ministro Eduardo Pazuello e, após ter atuado informalmente, foi nomeado assessor especial da pasta, função que ocupou entre junho de 2020 e março de deste ano.
Publicidade
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que é autor do requerimento, aponta que gestores estaduais e municipais consideravam que Cascavel era o "ministro de fato" da Saúde, que resolvia questões burocráticas e logísticas do ministério. 
Acompanhe Ao Vivo: