Brasília - Na CPI da Covid desta quinta-feira, 5, o ex-secretário do Ministério da Saúde durante a gestão de Eduardo Pazuello Airton Antonio Soligo disse que esteve duas vezes em Manaus, no Amazonas, e alertou os técnicos da pasta para o risco de recrudescimento da pandemia no início deste ano.
De acordo com o ex-assessor, a pasta desenvolveu um plano para o enfrentamento da covid-19 e enviou cerca de 90 respiradores para o estado. No entanto, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM) lembrou que parte dos equipamentos não foi usada porque não contava com bombas de infusão e que houve omissão da pasta.
"Vocês todos cruzaram os braços. Aquela segunda onda que começa e tem falta de oxigênio poderia ter sido evitada. O grande problema foi a omissão. Com isso, tivemos o caos. Pelo recuo do lockdown. E quem fez esse recuo? Deputados bolsonaristas, o próprio presidente da República e o Ministério da Saúde, que não tinha autonomia", disse Omar.
Também na CPI, o ex-assessor afirmou que, no dia 16 de dezembro do ano passado, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) esteve reunido com Pazuello para anunciar o que provocaria a crise de oxigênio no Amazonas. Segundo o depoente, o parlamentar sugeriu uma série de medidas que poderiam ser tomadas, como a ampliação de leitos e o envio de insumos ao estado.
"O ministro Pazuello não pode alegar desinformação do que estava acontecendo em Manaus", afirmou Braga.
Ao ser questionado sobre a plataforma TrateCov, Airton disse que não teve interesse nem conhecimento sobre o assunto e pensou inicialmente se tratar de um aparelho russo. O ex-secretário não soube dar detalhes sobre o aplicativo desenvolvido pela pasta para médicos e enfermeiros com orientações e protocolo de tratamento contra a covid-19.
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À CPI, o ex-ministro Pazuello disse que a plataforma digital foi alvo de ataque de hackers e nem chegou a ser lançada.
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