Plenário da Câmara dos DeputadosMarcello Casal Jr/Agência Brasil

Deputados da situação e da oposição começaram a discursar sobre a PEC 135/19, que torna obrigatório o voto impresso, no Plenário da Câmara, na noite desta terça-feira, 10. Até o assunto ser, de fato, votado, o IG vai destacar os principais pontos do debate. Acompanhe:
Deputada Bia Kicis (PSL-DF)
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"Eu sou a autora desta PEC. Quero fazer uma discussão técnica. Peço atenção aos colegas. O rumo do debate foi completamente desvirtuado. Eu estudo sobre o voto impresso desde 2014. Acompanhei testes no TSE, vistos por especialistas. Sempre vi quebras de seguranças das urnas eletrônicas. Meus eleitores votaram em mim acreditando na possibilidade de a PEC ser aprovada. Essa PEC é dos brasileiros que querem transparência no processo eleitoral. Não é minha e nem do presidente Jair Bolsonaro. Vamos despolitizar o debate.

Queremos que os brasileiros sejam tratados como eleitores de outros países democráticos. Quero fazer um esclarecimento aqui: quando votamos, acreditamos que o nosso voto foi registrado daquela forma, mas não podemos acompanhar isso. Quando se imprime o voto, o eleitor acredita naquilo. Ele não acredita no software. Por isso, essa PEC é tão importante".
Deputada Caroline de Toni (PSL-SC)

"Não podemos deixar que um Tribunal, que não foi votado pelo povo, possa pautar a Câmara dos Deputados. Voto que não é auditado não vai ser fraudado. Já é uma fraude. O deputado Filipe Barros e o presidente Jair Bolsonaro deixaram claro, em entrevista ao programa "Pingos nos Is", que um hacker invadiu o sistema do TSE. Agora, estamos aqui, no Plenário, e vimos manifestações pelo voto impresso. Outra coisa que é importante salientarmos é a apuração centralizada no TSE. Hoje, todos os dados são enviados ao TSE. Fazemos esse apelo para ouvir as vozes do povo brasileiro. Vamos votar sim pela PEC".

Deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS)
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"Tentam viabilizar uma proposta obscurantista. Voltar 25 anos atrás é passado. Nunca foi identificada uma fraude. O debate não é técnico. É político. Um governo que perdeu a moral. Aliás, um governo que é amplamente rejeitado pelo povo brasileiro. Esse governo faz uma política para uma base radicalizada. Tenta fazer como Trump fez nos EUA, tentando deslegitimar a votação, mas tenho um aviso aos bolsonaristas: Trump foi derrotado. Que a Câmara dos Deputados não se apequene diante do golpismo e diga não à extrema direita. O povo não vai aceitar a chantagem e não vai cair no discurso mentiroso e demagógico. Lugar de fascista é na lata de lixo da história".

Histórico
Apesar de a proposta ter sido rejeitada em c omissão especial na última sexta-feira (6), por 22 votos a 11 , o presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL), decidiu colocá-la em votação nesta terça-feira (10) .