Brasília - Desde janeiro de 2019, quando assumiu oficialmente a presidência da República, Jair Bolsonaro (sem partido) tornou-se alvo da maior quantidade de processos de impeachment da história recente brasileira. Segundo dados da Lei de Acesso à Informação, o mandatário é alvo de um pedido de impedimento a cada seis meses.
As informações são do jornal O Globo e mostram que as sustentações dos pedidos, impetrados por pessoas comuns, baseiam-se nas mais diversas acusações. Desde a questionável condução do país durante a pandemia, o envolvimento dos filhos na gestão pública até utilizar-se da máquina pública para benefícios próprios.
Ao todo, a Advocacia-Geral da União (AGU) defende o presidente em 160 processos - impetrados ao longo de dois anos e oito meses. Este número de ações corresponde a uma quantidade maior do que os processos enfrentados pelos ex-presidentes Fernando Henrique (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que permaneceram no cargo por dois mandatos, e a ex-presidente Dilma Rousseff, que comandou o Planalto por cinco anos e oito meses.
Quase um terço dos pedidos de impeachment, ou 27,5%, questionam as ações de Bolsonaro na pandemia. Os pedidos para anular exonerações são 16,25% dos processos e 8,75% corresponde a má utilização da gestão pública.
O presidente que menos precisou da AGU foi o petista Luis Inácio Lula da Silva. Ao todo, foram 81 processos em oito anos. Já o tucano Fernando Henrique Cardoso precisou de 108 defesas do órgão federal. Dilma respondeu a 100 ações que pediram seu impedimento.