Motoboy Ivanildo Gonçalves, da empresa vinculada ao Ministério da Saúde, VTCLog, depõe na CPI da Covid nesta quarta-feira, 1ºRoque de Sá/Agência Senado

Durante depoimento nesta quarta-feira, 1, na CPI da Covid, o motoboy Ivanildo Gonçalves, da VTCLog, empresa de logística investigada pela Comissão, negou que tenha feito transferências de dinheiro ou pago boletos em nome de servidores do Ministério da Saúde ou de outros órgãos do Poder Executivo. Ivanildo também afirmou que não repassou valores a parlamentares ou a pessoas que não fossem funcionários da empresa vinculada ao Ministério da Saúde.
Após constatar que a defesa do motoboy é paga pela empresa VTCLog, a senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) mostrou-se preocupada com a situação de Ivanildo e sugeriu que ele passe a ser acompanhado também por um defensor público. O presidente da Comissão, Omar Aziz (PSD-AM) disse que requisitaria o defensor se o depoente quisesse.
Pouco antes da intervenção da parlamentar, o advogado que acompanha o depoente desta quarta havia se desentendido com o vice-presidente da CPI Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e a senadora Simone Tebet (MDB-MS). Ele alegou que os senadores fizeram perguntas relativas a períodos passados, anteriores à pandemia.
O motoboy respondeu a questionamentos do senador Marcos Rogério (DEM-RO), que criticou a divulgação, por parlamentares da oposição, de documentos recebidos pela Comissão. Segundo o parlamentar, senadores governistas não têm tido acesso a esses mesmos dados.
"Os documentos são sigilosos, e os senadores da base de apoio do governo não têm acesso. Estão proibidos de acessar e investigar. O que está sendo feito na CPI é prova nula de pleno direito. É prova produzida com vício", afirmou o senador.
Randolfe havia feito uma recomendação para que a Advocacia do Senado consultasse o Supremo Tribunal Federal sobre o tema, já que para ele, é preciso preservar o sigilo de documentos recebidos pela CPI. Por outro lado, ele reconheceu que integrantes do colegiado não podem ser impedidos de acessar os dados.
Tebet pede que CPI ouça funcionária da VTCLog
A senadora pediu que a Comissão ouça quanto antes a funcionária da VTCLog, Zenaide Reis. De acordo com a senadora, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou movimentações atípicas na conta da funcionária. De acordo com Ivanildo, parte do dinheiro que ele sacava em bancos era entregue a Zenaide.
Durante a Sessão, Randolfe também afirmou que o Ministério Público Federal (MPF) tem uma ação na 21a Vara Federal do Rio de Janeiro que narra que dois servidores públicos "corromperam-se passivamente na medida em que aceitaram e receberam em suas contas bancárias vantagens indevidas em razão do cargo" de empresa antecessora a VTCLog. O caso ocorreu entre fevereiro de 2004 e outubro de 2009.
"As vantagens indevidas eram depositadas por determinação de Raimundo Nonato Brasil, Carlos Alberto de Sá e Tereza Cristina Reis. Quem são? Os sócios majoritários donos da VTCLog.", disse o senador.
Depoente desta quinta
Durante a sessão desta quarta, Aziz informou que a CPI não está conseguindo se comunicar com Marconny Faria, indicado pelos senadores como lobista da Precisa Medicamentos, sobre seu depoimento na quinta-feira, 2. O senador recomendou à Advocacia do Senado que entre com uma ação na Justiça do Distrito Federal para que Marcony seja formalmente comunicado e então responda ao chamamento da comissão.
De acordo com Aziz, caso a Justiça não forneça uma resposta, a VTCLog seguirá em pauta na CPI, que substituirá o depoimento de Marconny pelo da diretora-executiva da empresa, Andréia Lima.
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