Senador Alessandro Vieira na CPI da CovidRoque de Sá/Agência Senado

Brasília - Após a intensa movimentação na CPI da Covid na manhã desta quinta-feira, 2, ocasionada pelo não comparecimento do depoente Marconny Faria, o presidente da comissão Omar Aziz (PSD-AM) convocou os senadores para uma reunião secreta que deve durar cerca de 1h30. Depois dessa reunião, a comissão deve ouvir o ex-secretário de Saúde do Distrito Federal, Francisco Araújo Filho, conforme foi informado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).
"O senhor Marconny já é investigado em operações da Polícia Federal, ele tentou apresentar um atestado médico para não comparecer, que de forma inusitada foi revogado pelo próprio médico, que apontava indícios de simulação de uma doença", afirmou.
"Nós teremos a oitiva hoje do ex-secretário do DF, senhor Francisco, e ao mesmo tempo uma parte de sessão administrativa para votação e aprovação de requerimentos. Esses requerimentos ainda estão sob análise da advocacia do Senado, mas tratam sobre a condução coercitiva e a prisão preventiva do senhor Marconny", completou o parlamentar.
Além disso, Marconny não poderá se deslocar de onde reside sem prévia autorização da CPI e deverá indicar à comissão telefone e endereço eletrônico para ser contatado. Pelo requerimento, será expedido ofício ao Ministério Público Federal para conhecimento dos fatos e adoção das providências cabíveis, com encaminhamento à ministra do Supremo Tribunal Federal Cármen Lúcia.
Aziz também voltou a criticar o Hospital Sírio Libanês pela emissão de atestados médicos apresentados pelo paciente advogado Marcos Tolentino, que deveria prestar depoimento à CPI. O presidente da comissão disse que Tolentino irá depor “nem que seja de maca”.

"Ele se internou no final da tarde e 8 horas da noite estava dando entrevista. Sorridente, como se nada estivesse acontecendo. Para quem estava passando mal, não dava para estar dando entrevista. O Marcos Tolentino é um fraudador, e não vai fraudar uma doença? É esse cidadão que se interna na véspera de ser ouvido. Ele vem para cá nem que seja de maca. Mas vai vir aqui", esbravejou Aziz.

O senador Rogério Carvalho (PT-SE), que é médico, também criticou os atestados emitidos. Documento alegava ter dado entrada com sintomas de “formigamento” e que seria atendido por profissionais de clínica geral e cirurgia geral. 
"Está todo mundo aqui preocupado com o Sírio-Libanês. Quem primeiro precisa se preocupar com sua imagem é a própria instituição. Formigamento tem uma origem, geralmente é de ordem neurológica. Não cabe uma retaguarda de clínica médica ou de cirurgia. O que está acontecendo? Isso é mais uma lorota", disse Rogério. 
Jorginho Mello (PL-SC) afirmou que o Hospital Sírio Libanês é uma instituição de "credibilidade”. "Esse cidadão, ninguém tem que ter complacência com ele. Só gostaria de levantar que o Sírio Libanês é uma instituição de credibilidade. Não podemos ficar questionando essa questão de saúde e atestado. Temos que trazer ele [Tolentino] aqui e tomar o depoimento dele", afirmou.

Também esta tarde, a CPI também informou sobre a aprovação do pedido de dados de voos para a Índia. O autor do pedido, o senador Rogério, disse que é importante "entender melhor a dinâmica dos encontros havidos entre a direção da Bharat Biotech e sua representante brasileira". 
Pedido feito mesmo senador, a CPI também aprovou requerimento para socilitar ao Ministério da Saúde registros das cerimônias referentes ao Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a covid-19 entre dezembro do ano passado e janeiro deste ano. Além disso, a comissão pede que sejam encaminhadas as listas de convidados e de presentes aos eventos, em especial à cerimônia de lançamento, ocorrida no dia 16 de dezembro de 2020.