"Tomar vacina para quê? Para ter anticorpos. A minha taxa de anticorpos está lá em cima", disse o presidenteReprodução

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta quinta-feira, 16, que, em breve, haverá a desobrigação do uso de máscaras no país. Segundo o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a portaria deve ser editada "brevemente".

"Em breve, nós teremos essa desobrigação de usar máscaras. Quem quer usar máscaras, usa. Mas essa mania de querer criar lei para tudo... Daqui a pouco tem uma lei para obrigar as crianças irem para a escola vacinadas. Não precisa de vacina para ir para a escola", disse Queiroga em transmissão ao vivo nas redes sociais ao lado do presidente Jair Bolsonaro. "À medida que o cenário epidemiológico melhore", acrescentou o ministro.

Em um novo ataque às vacinas, Bolsonaro declarou ainda que ele, sem se vacinar, está com mais imunidade do que quem tomou Coronavac. "Não tem comprovação científica", atestou Bolsonaro, disparando críticas ao prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), que resolveu obrigar servidores públicos a se vacinarem. "Quem tomou Coronavac, complicou." A Anvisa, contudo, concedeu autorização de uso emergencial para a Coronavac.

Queiroga ainda garantiu que não faltarão doses de vacinas para a população brasileira. No entanto, foi registrado nos últimos dias um "apagão" de imunizantes da AstraZeneca, o que levou Estados como São Paulo a utilizar Pfizer em cidadãos com a segunda dose de Oxford atrasada.
"O senhor tem que se vacinar"
Marcelo Queiroga também afirmou, durante a live, que o presidente Jair Bolsonaro precisa se vacinar contra a covid-19. "O senhor está bem, mas tem que se vacinar", declarou. "Depois que todo mundo, todo mundo tomar a vacina, eu vou decidir meu futuro", respondeu Bolsonaro.

Após atacar a Coronavac em sua live, Bolsonaro rejeitou se vacinar neste momento por sua suposta alta taxa de anticorpos. "Tomar vacina para quê? Para ter anticorpos. A minha taxa de anticorpos está lá em cima. Eu te apresento o documento. Estou com 991 índice de Imunoglobulina G, o IgG. Eu estou bem, vou tomar vacina, a Coronavac, por exemplo, que não vai chegar a essa efetividade, pra que eu vou tomar?", questionou o presidente.

Contudo, a ciência aponta que a imunidade trazida pela infecção tem durabilidade inferior àquela induzida pelas vacinas.

Às vésperas de seu discurso na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Bolsonaro ainda voltou a dizer que talvez tenha sido reinfectado pelo coronavírus nos últimos dias ou semanas.

O presidente da Assembleia, Abdullah Shahid, defendeu a exigência de comprovante de vacinação. A Secretaria-Geral da ONU, porém, não tem autonomia para forçar representantes de países a se vacinar, segundo a porta-voz Stéphane Dujarric.

A live de Bolsonaro foi sumariamente interrompida no YouTube após o presidente afirmar que toma invermectina "de vez em quando". Ainda não está claro, contudo, se a transmissão foi derrubada pela rede social por compartilhamento de notícias falsas. A invermectina é um medicamento sem comprovação científica para a covid-19.