Presidente Jair BolsonaroAgência Brasil
Datafolha: para 76% dos brasileiros, Bolsonaro deve sofrer impeachment se desrespeitar a Justiça
Acreditam que o presidente não deveria ser punido nessas circunstâncias 21% dos ouvidos, e 3% não souberam opinar
Caso o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desrespeite as decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, 76% dos brasileiros concordam que deve haver a abertura de um processo de impeachment por crime de responsabilidade. É o que mostra a pesquisa do Datafolha, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos. Acreditam que o presidente não deveria ser punido nessas circunstâncias 21% dos ouvidos, e 3% não souberam opinar.
Em discurso de tom golpista durante os atos do dia 7 de setembro, Bolsonaro afirmou que não respeitaria mais ordens dadas pelo ministro. Moraes é relator no inquérito das fake news, que tem causado dores de cabeça a Bolsonaro e apoiadores.
“Não podemos aceitar mais prisões políticas no nosso Brasil. Ou o chefe desse poder enquadra o seu, ou esse poder pode sofrer aquilo que não queremos (...) Nós juramos respeitar a nossa Constituição, quem age fora dela se enquadra ou pede para sair”, disse Bolsonaro a apoiadores durante discurso em Brasília no 7 de setembro.
Segundo a pesquisa, são mais incisivos acerca do golpismo da fala do presidente os jovens de 16 a 24 anos (86% defendem o impeachment no caso), os mais pobres (82%) e aqueles que reprovam o presidente (94%).
Os mais ricos são mais tolerantes com as falas do chefe do Executivo (32% não veem necessidade de um processo), empresários (39%) e os que aprovam o desempenho presidencial (59%).
As consequências dos atos do dia 7 de setembro foram diversas e, sob grande instabilidade política, Bolsonaro recorreu ao ex-presidente Michel Temer (MDB) para preparar uma carta de recuo político. No ofício, publicado no dia 9 de setembro, Bolsonaro reiterou as discordâncias com Moraes, mas que suas palavras eram resultado do "calor do momento" e que o ministro era um "jurista e professor", não "canalha" como havia dito.
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