Jair Bolsonaro (sem partido)AFP
Bolsonaro diz que indicará outro evangélico ao STF se nome de André Mendonça não for aprovado
Afirmação foi feita durante entrevista para a rádio Jovem Pan, nesta terça-feira, 18
Brasília - Em entrevista a rádio Jovem Pan, o presidente Jair Bolsonaro defendeu a indicação de André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF), negou que esteja trabalhando contra o ex-ministro da Justiça e disse acreditar na aprovação do nome à Corte pelo Senado. Contudo, o Planalto não tem trabalhado ativamente para pressionar o presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), a pautar a sabatina de Mendonça no colegiado.
"Espalham boatos de que eu estaria trabalhando contra o André, não tem cabimento", disse Bolsonaro à Jovem Pan. "André Mendonça tem resistência por parte de alguns, mas acredito que passe. (...) André sabe a Bíblia toda e conhece a legislação muito bem", acrescentou. Ao indicar Mendonça, Bolsonaro cumpriu promessa de indicar alguém "terrivelmente evangélico" para a Suprema Corte.
De acordo com o chefe do Executivo, ele não recebeu pressões para indicar o ex-ministro ao STF, mas afirmou que é preciso ter nomes que passem no Senado, a Casa responsável por aprovar indicações à instância máxima do Judiciário. "(É preciso) alguém que tome Tubaína comigo e passe lá por aquele gargalo que é o Senado", declarou. Também por isso, disse Bolsonaro na entrevista, ele indicou o ministro Kassio Nunes Marques, já em atuação no Supremo. "Era o nome que passaria com tranquilidade lá", acrescentou. O presidente também disse manter encontros regulares com Nunes Marques. "Uma vez por mês. Às vezes, duas".
Apesar das dificuldades para emplacar Mendonça, Bolsonaro disse que, hoje em dia, a maioria do Parlamento "dança a mesma música" que o governo. Ele ainda voltou a dizer que o presidente que assumir em 2023 indicará dois ministros para o STF. "Devagar, vai mudando", declarou. Em 2023, aposentam-se da corte os ministros Ricardo Lewandowski e Rosa Weber.
O presidente também afirmou que indicaria outro evangélico para o STF caso André Mendonça, seja rejeitado no Senado. "No compromisso que fiz junto aos evangélicos, eu indico outro evangélico. Mas acho que vai dar certo o André", reforçou.
Em seguida, o chefe do Executivo discorreu sobre o perfil que deseja para um ministro da Suprema Corte: "o que eu quero de um ministro do Supremo? A pauta de costumes, a questão da economia, o marco temporal", afirmou, na entrevista.
Bolsonaro, contudo, não quis comentar durante a entrevista sobre a resistência do presidente da CCJ do Senado, Davi Alcolumbre, em pautar a indicação de Mendonça no colegiado, o que travou o processo de indicação do ex-ministro da Justiça. "Não quero entrar em boatos. Todo mundo quer poder", limitou-se a dizer.
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