Paulo Roberto Rebello Filho, diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde SuplementarReprodução

Brasília - A CPI da Covid ouve nesta quarta-feira, 6, o diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Paulo Roberto Rebello Filho. Ele foi chefe de gabinete do Ministério da Saúde entre 2016 e 2018, durante a gestão do deputado Ricardo Barros (PP-PR), alvo da CPI.
As cobranças da CPI sobre a ANS aumentaram após o depoimento da advogada Bruna Morato, representante do grupo de médicos que apresentou a denúncia contra a Prevent Senior. Segundo ela, os profissionais eram obrigados a receitar o “kit covid”, e os riscos dos medicamentos não eram informados aos pacientes.
O requerimento de convocação foi feito pelo vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e visa aprofundar o caso da Prevent. Antes de ser diretor-presidente da ANS, Rebello comandava a diretoria de Normas e Habilitação das Operadoras.
Randolfe afirma que a CPI já reuniu evidências de inúmeras e gravíssimas irregularidades cometidas pela Prevent Senior contra seus segurados e funcionários. Agora, precisa cobrar da agência reguladora do setor explicações sobre quais providências foram tomadas para coibir ou punir essas ações.
O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), suspeita que a empresa estivesse blindada pela agência enquanto executava esse protocolo.
“Há muitos documentos e comentários de que os diretores executivos da Prevent Senior, quando sentiam alguma insatisfação de algum médico para pôr em prática o protocolo e aplicar o “kit covid”, diziam: "Olha, fica tranquilo que a ANS não chegará aqui", disse ele.
O diretor-executivo da Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, afirmou em seu depoimento à CPI que a empresa foi investigada pela ANS e que os processos foram arquivados.