O Exército, por meio do comando da 7ª região, usou oficiais para rever prescrições de médicos militares em casos suspeitos de covid-19. Segundo informações do jornalista Lauro Jardim, n'O Globo, a ordem era orientar o uso do tratamento precoce, com remédios sem comprovação científica, para casos suspeitos da doença.
Quem não recebesse o receituário com o chamado "kit covid" era orientado a passar por um segundo atendimento, feito por um Oficial de Supervisão Administrativa, capitão ou superior, que obrigatoriamente não fosse da área da saúde.
Na denúncia ao Ministério Público Federal em Pernambuco, um profissional afirmou que os médicos militares eram coagidos para prescrever os medicamentos do "tratamento precoce" e "reavaliação de atendimento para indicação forçada de medicação". Os médicos eram "praticamente obrigados a prescreve com um capitão vigiando", disse.
Em nota ao MPF, as unidades militares afirmaram que respeitam a autonomia médica. O documento do comando, no entanto, diz que na área da 7ª RM, as medidas de combate à covid-19 tinham como "ponto principal o incentivo ao tratamento precoce".
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