"A minha indicação o presidente não quer", disse o general a jornalistasFabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, criticou nesta quarta-feira, 13, a demora do presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), em pautar a sabatina de  André Mendonça, indicado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) ao Supremo Tribunal Federal (STF). Na sua chegada ao Palácio do Planalto, o vice-presidente, no entanto, disse ter outro nome para a Corte: o desembargador federal Thompson Flores, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
"A minha indicação o presidente não quer", disse o general a jornalistas.
Na avaliação de Mourão, Alcolumbre erra ao não pautar a indicação de Mendonça. "Acho que não está correto isso aí. Eu acho que o senador Alcolumbre deveria cumprir a tarefa dele como presidente da Comissão de Constituição e Justiça, botar o nome para ser votado e acabou. Se for aprovado muito bem; se não for, muito bem também. É o papel do Senado confirmar ou não a indicação do presidente da República", afirmou.
Cabe ao presidente da CCJ do Senado definir a data da sabatina.
Resistente ao perfil lava-jatista do ex-ministro da Justiça, sobretudo após seu distanciamento do governo, Alcolumbre "sentou em cima" da indicação de Mendonça, mas já sinalizou a aliados que pode marcar a sabatina ainda em outubro. Evangélicos têm pressionado o senador a tomar uma decisão.
Na segunda-feira, o pastor Silas Malafaia cobrou publicamente ministros do Centrão, como Ciro Nogueira, da Casa Civil, e Flávia Arruda, da Secretaria de Governo, a defenderem a indicação de Mendonça, escolhido por Bolsonaro por ser "terrivelmente evangélico".
Distante de Bolsonaro, Mourão afirmou nesta quarta-feira que tem um plano B para o STF, o desembargador Thompson Flores. A indicação do vice-presidente, contudo, teria sido rejeitada pelo chefe do Executivo. "O presidente tem conhecimento da competência técnica e profissional do desembargador, mas o presidente tem outras variáveis que leva em consideração dessa decisão", declarou o vice-presidente.
O general voltou a tecer críticas à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, que nesta semana desistiu de ouvir, mais uma vez, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e confirmou que não estará na comitiva do governo na Cúpula do Clima (COP 26) das Nações Unidas, em Glasgow, na Escócia.
 Bolsonaro deixou Mourão de fora da desejada chefia da delegação brasileira na COP. A tarefa ficará a cargo do o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite. "Não estou previsto para ir à COP 26. Acho que nem o ministro de Relações Exteriores Carlos França está indo", afirmou Mourão.