"É do conhecimento do relator que várias pessoas, principalmente do G7, tinham divergências e queriam ser convencidas em relação a ‘genocídio’, disse AzizJefferson Rudy/Agência Senado
'Não tenho clima para discutir isso', diz Aziz sobre relatório final da CPI
Segundo o parlamentar, a atribuição do crime de 'genocídio' ao presidente Jair Bolsonaro no relatório final não é um consenso entre os senadores
O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou nesta segunda-feira, 18, que a atribuição do crime de genocídio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no relatório final da comissão não é um consenso entre os senadores, "principalmente os do G7". O parlamentar disse ainda que não tem “clima” para discutir a questão na sessão desta segunda.
O crime de "genocídio de indígenas" foi apontado pelo relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), à imprensa, o que gerou desconforto e culminou, inclusive, no adiamento da leitura do relatório final da CPI. Anteriormente, a apresentação estava marcada para esta terça-feira, 19.
À imprensa, Calheiros disse que o relatório final do colegiado havia listado 11 crimes cometidos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante a atuação de enfrentamento da pandemia. Os crimes são: epidemia com resultado morte; infração de medidas sanitárias; emprego irregular de verba pública; incitação ao crime; falsificação de documento particular; charlatanismo; prevaricação; genocídio de indígenas; crimes contra a humanidade; crimes de responsabilidade; e homicídio por omissão. Esse último, em específico, refere-se "ao descumprimento do dever legal do presidente de evitar a morte de milhares de brasileiros durante a pandemia", disse o senador.
“É do conhecimento do relator que várias pessoas, principalmente do G7, tinham divergências e queriam ser convencidas em relação a ‘genocídio’. Ele não vazou esse relatório sem saber que a gente queria discutir essa questão. Então, se você me perguntar se está tudo bem: não, não está tudo bem”, disse o senador em entrevista à GloboNews.
A CPI realiza, nesta segunda-feira, a sua sessão de encerramento. Pela manhã, os senadores devem ouvir o integrante do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Nelson Mussolini. A votação do requerimento foi feita em uma rápida reunião remota na última sexta-feira, 15. Já durante a tarde, a comissão deve receber familiares que perderam seus entes queridos para a doença.
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