Luis MirandaDivulgação
Conselho de Ética da Câmara arquiva representação contra deputado Luis Miranda
Denúncia contra Miranda foi apresentada ao Conselho pelo PTB, partido que tem como principal liderança Roberto Jefferson, preso no escândalo do Mensalão e atual apoiador de Bolsonaro
Salvador - O Conselho de Ética da Câmara decidiu nesta quarta-feira, 3, por 13 votos a 1, arquivar a representação contra o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) sobre o caso envolvendo a compra da vacina indiana Covaxin pelo governo federal.
Relator do processo que poderia culminar na cassação do mandato de Miranda, Gilberto Abramo (Republicanos-MG) mudou seu parecer preliminar e votou pelo arquivamento. Ele justificou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) opinou ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a inclusão do deputado no inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro cometeu prevaricação no caso da vacina indiana.
"Posteriormente, houve novo aditamento à defesa, e na última reunião o parlamentar e seu advogado explicaram com mais detalhes o que de fato ocorreu durante os meses que se passaram", argumentou também o relator.
A denúncia contra Miranda foi apresentada ao Conselho pelo PTB, partido que tem como principal liderança Roberto Jefferson, preso no escândalo do Mensalão e atual apoiador de Bolsonaro.
O deputado foi responsável por denunciar, junto ao irmão Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, um suposto esquema de corrupção na venda da Covaxin ao governo federal. Em depoimento à CPI da Covid em junho, o parlamentar relatou ter avisado a Bolsonaro sobre uma pressão atípica de servidores do alto escalão da pasta pela aquisição do imunizante. Na ocasião, ele também contou que o presidente apontou o líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR), como um dos responsáveis por essa pressão.
Para o PTB, no entanto, Miranda levou à comissão "narrativa diversa dos fatos (dos quais ele tem total conhecimento) com o fito de prejudicar o Presidente da República".
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