Presidente Jair Bolsonaro (sem partido)AFP
Além disso, o grupo que subscreve a carta aberta diz que não foram completadas as 12 vagas pertencentes a sociedade civil no CNPCT, restando o preenchimento de três delas. "Infelizmente, isso não é novidade, há uma política pública de Estado que visa esconder e camuflar a tortura e outras tantas formas de tratamentos desumanos e degradantes", registra o documento.
A carta indica que em 2019, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos demorou nove meses para dar posse aos membros e existência formal ao CNPCT. No último dia 27, a chefe da pasta, Damares Alves, publicou a suspensão temporária de todos os atos em andamento referentes a edital ligado ao Chamamento Público para a composição dos integrantes da Sociedade Civil do Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura. No mesmo dia, parte das entidades que subscrevem a carta aberta chegaram a notificar o Subcomitê de Prevenção à Tortura da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a situação do CNPCT.
As entidades da sociedade civil também dizem que outras ações do governo federal já vinham fragilizando o CNPCT, entre elas os "diversos cancelamentos e adiamentos" da 34º Reunião Ordinária do órgão pelo MMFDH. A carta pública indica que tal reunião se deu na última quinta-feira, quase um mês da data inicialmente marcada, sendo que havia a expectativa de que a questão das vagas em aberto e da posse às organizações eleitas seria resolvida.
No entanto, segundo o grupo, a "reunião restou frustrada pela falta de absolutamente todos os 11 membros governamentais que compõem o Comitê". "A ausência dos membros do Governo demonstra total desinteresse em dar continuidade aos trabalhos desenvolvidos pelo CNPCT. Em tal data, foi ainda solicitada uma reunião emergencial para o dia 7 de outubro com convocação pessoal e individual dos membros do governo, mas tal pedido não foi respondido, assim como também não o foram os pedidos de esclarecimentos e ofícios enviados ao MMFDH pelas entidades candidatas e votantes nas eleições para o CNPCT", registra o documento.
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