Em uma declaração feita na sua página no Twitter, Ciro disse que acreditava que vivia em um país democrático, mesmo com todos os problemasMarcelo Camargo/Agência Brasil

Ceará - Após a Polícia Federal deflagrar na manhã desta quarta-feira, 15, a Operação "Colosseum" para apurar fraudes e pagamento de propinas nas obras do estádio Castelão, em Fortaleza, o presidenciável Ciro Gomes, um dos alvos das buscas, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) transformou o país em um "estado policial". 
Em uma declaração feita na sua página no Twitter, Ciro disse que acreditava que vivia em um país democrático, mesmo com todos os problemas. "Até esta manhã, eu imaginava que vivíamos, mesmo com todas imperfeições, em um pais democrático. Mas depois da Policia Federal subordinada a Bolsonaro, com ordem judicial abusiva de busca e apreensão, ter vindo a minha casa, não tenho mais dúvida de que Bolsonaro transformou o Brasil num Estado Policial que se oculta sob falsa capa de legalidade", disse ele.
Segundo ele, a operação era pretexto para recolher supostas provas de um suposto esquema de favorecimento a uma empresa na licitação das obras do Estádio do Castelão para a Copa do Mundo de 2014.
"Chega a ser pitoresco. O Brasil todo sabe que o Castelão foi o estádio da Copa com maior concorrência, o primeiro a ser entregue e o mais barato construído para Copas do Mundo desde 2002. Ou seja, foi o estádio mais econômico e transparente já feito para a Copa do Mundo. Mas não é isso. E sejamos claros. Não tenho nenhuma ligação com os supostos fatos apurados", argumentou Ciro. 
Ciro continuou: "Não exerci nenhum cargo público relacionados com eles. Nunca mantive nenhum tipo de contato com os delatores. O que, aliás, o próprio delator reconhece quando diz que nunca me encontrou. Tenho 40 anos de vida pública e nunca fui acusado nem processado por corrupção. Não tenho dúvida de que esta ação tão tardia e despropositada tem o objetivo claro de tentar criar danos à minha pre-candidatura à Presidência da República. Da mesma forma tentaram 15 dias antes do primeiro turno da eleição de 2018", disse ele.
Na declaração, Ciro mencionou outra vez as supostas ligações entre o presidente Jair Bolsonaro e a polícia. "O braço do estado policialesco de Bolsonaro, que trata opositores como inimigos a serem destruídos fisicamente, levanta-se novamente contra mim", afirmou. 
De acordo com Ciro, a ação feita nesta quarta-feira, classificada por ele tardia e despropositada, tem o objetivo de tentar intimidá-lo e deter as denúncias que faz todo dia contra o atual governo.
"Esse governo está dilapidando nosso patrimônio público com esquemas de corrupção de escala inédita. Nunca me senti um cidadão acima da lei, mas não posso aceitar passivamente ser tratado como um subcidadão abaixo da lei. Sou um homem do embate, do combate e do Direito. Essa história não ficará assim. Vou até as últimas consequências legais para processar aqueles que tentam me atacar. Meus inimigos nunca me intimidaram e nunca me intimidarão. Ninguém vai calar a minha voz", finalizou.