Marcelo Queiroga Divulgação

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta quarta-feira, 29, que considera "pacificada" a polêmica em relação à consulta pública sobre vacinação do público infantil. Após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar a imunização dessa faixa etária com a Pfizer, a pasta abriu um formulário sobre a necessidade de imunização de crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19. Ele também criticou os estados que pretendem aplicar a dose do imunizante sem apresentação de prescrição médica.

"Isso é um assunto já pacificado. A recomendação do Ministério [da Saúde] está aí para que todos os brasileiros tomem conhecimento, para que a sociedade civil possa se manifestar. A consulta pública é um instrumento da democracia, amplia a discussão sobre o tema e dá mais tranquilidade aos pais para que eles possam levar os seus filhos às salas de vacinação", afirmou o ministro, em entrevista a jornalistas na manhã desta quarta.

A consulta começou na quinta-feira passada e ficará disponível até o dia 2 de janeiro. A expectativa é de que no dia 5 seja divulgado o resultado.

Ao ser questionado sobre estados que já anunciaram que não devem seguir a recomendação do Ministério para que crianças, a partir de 5 anos, sejam imunizadas mediante prescrição médica, Queiroga cobrou que os estados se manifestem na consulta pública.
"Governadores falam em prescrição (médica), prefeitos falam em prescrição. Pelo que eu sei, a grande maioria deles não é médico, então eles estão interferindo nas suas secretarias estaduais e municipais", criticou.
Campanha de vacinação 
Na entrevista, Queiroga avaliou que o Brasil avançou muito na campanha de vacinação contra a covid-19. “A população brasileira avançou bastante na nossa campanha de imunização: 80% da população vacinável, ou seja, aqueles acima de 12 anos, tomaram duas doses de vacina. Isso mostra o grande sucesso da nossa campanha de vacinação. E o principal ponto para essa campanha ter sucesso é a liberdade dos brasileiros em buscar as políticas públicas”, disse.

O ministro da Saúde reconheceu que três estados brasileiros, Amapá, Roraima e Maranhão, ainda estão abaixo da média de cobertura vacinal do país e preocupam a pasta. Segundo o ministro, no Maranhão a situação só não é mais difícil por causa da capital, São Luís, onde o índice de vacinação é alto.
Bahia
Queiroga também disse que a pasta está focada em socorrer as pessoas castigadas pelas fortes chuvas que atingem o estado da Bahia.
“Vamos trabalhar hoje na perspectiva de termos mais recursos para a saúde pública na Bahia. Vamos fortalecer a atenção primária com médicos e também a atenção especializada. Estou com uma equipe técnica discutindo esse assunto para ver como podemos fortalecer o estado com recursos financeiros”, afirmou. 

Ele acrescentou que já há médicos emergencistas da Força Nacional na região, mas que médicos da atenção primária devem chegar à Bahia na primeira semana de janeiro para fortalecer as ações de saúde.
Bolsonaro 
Queiroga disse que conversou esta manhã com o presidente Jair Bolsonaro (PL) por telefone e que "ele está ótimo”. Nos últimos dias, o presidente esteve em contato com o deputado federal Coronel Armando (PSL-SC) que testou positivo para covid-19 nesta terça-feira, 28.
“O presidente está ótimo. Aliás, contato com pessoas que têm covid todos nós temos e, muitas vezes, a gente nem sabe, porque boa parte é assintomática”, minimizou Queiroga.